Piloto que caiu em rio no Acre é absolvido após ser preso com mais de 400 kg de cocaína

Wesley, que já havia sido apontado pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia como líder de um grupo especializado no transporte aéreo de drogas

Conhecido no Acre por ter se envolvido em um acidente aéreo em maio do ano ado, quando caiu com um avião monomotor no rio Tarauacá, o piloto Wesley Evangelista Lopes, de 39 anos, foi absolvido pela Justiça Federal nesta quarta-feira (5) após ter sido preso em flagrante em dezembro com 400 quilos de cocaína em uma aeronave no interior de São Paulo.

Piloto foi absolvido após decisão da Justiça nesta quinta-feira/Foto: Reprodução

Wesley, que já havia sido apontado pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia como líder de um grupo especializado no transporte aéreo de drogas e chegou a figurar na lista da Interpol, se tornou personagem conhecido no estado acreano após o acidente que mobilizou o Corpo de Bombeiros e chamou atenção nas redes sociais pela remoção inusitada da aeronave de dentro do rio — feita com um batelão.

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À época, o episódio causou forte repercussão no Acre, e a suspeita de que a aeronave fazia voos de reconhecimento para o tráfico de drogas chegou a ser levantada, embora nunca confirmada oficialmente. O caso segue em investigação pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), que apura a hipótese de excesso de peso como causa da queda.

Meses depois, em dezembro de 2024, Wesley voltou a ser notícia nacional ao ser preso com cerca de 400 quilos de cocaína após pousar um avião monomotor em uma pista clandestina em Penápolis (SP). A ação foi realizada pelo helicóptero Águia da PM paulista, que interceptou a aeronave após ela decolar de Aquidauana (MS). Durante a abordagem, o piloto teria confirmado que transportava a droga.

Avião caiu no Acre em maio de 2024. Ele foi preso em dezembro com as drogas/Foto: Reprodução

No entanto, segundo decisão do juiz Luciano Silva, da 2ª Vara Federal de Araçatuba, a prova obtida na abordagem foi considerada ilegal, pois a interceptação não teve justificativa prévia suficiente. “A existência da droga no avião não valida o procedimento de busca forçada; é imprescindível que existisse uma suspeita fundada prévia”, argumentou o magistrado ao absolver Wesley e o ageiro que o acompanhava.

Com a absolvição, o piloto volta a circular em liberdade, apesar do histórico de envolvimento com rotas suspeitas, como no episódio ocorrido no Vale do Juruá, no interior do Acre. Procurado pela Interpol até 2018, Wesley chegou a ser apontado como operador logístico de uma rede de tráfico internacional, com bases em estados da região Norte.

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