Quem é “missionário” que conseguiu R$ 1 bi enganando pessoas

O homem se apresentava como missionário e animador para atrair investidores a embarcarem em seu esquema fraudulento de pirâmide financeira

O principal alvo da Operação Fantasos — que teve sua segunda fase deflagrada na manhã desta terça-feira (27/5) pela Polícia Federal (PF) — é Douver Torres Braga. Ele se apresentava como uma espécie de mistura de animador e missionário para atrair investidores ao redor do mundo ao seu esquema estruturado no modelo conhecido como pirâmide financeira (ou esquema Ponzi).

Carioca, o empresário de 48 anos começou a carreira vendendo equipamentos de som para carros em Petrópolis, sua cidade natal. A riqueza do homem se concretizou, no entanto, somente quando começou a investir em bitcoins.

Reprodução

Em 2016, Braga morava nos Estados Unidos e fundou o Trade Coin Club (TCC), empreendimento que prometia altos lucros a investidores a partir de transações com criptomoedas.

Em conferências ao redor do mundo, o homem anunciava que sua empresa havia criado um robô que fazia “milhões de microtransações” com bitcoins a cada segundo. Segundo ele, o software garantia um retorno mínimo diário de 0,35% aos investidores.

A propaganda atraiu mais de cem mil investidores, que aportaram 82 mil bitcoins, avaliados em US$ 295 milhões, o equivalente a cerca de R$ 1,6 bilhão no negócio. Contudo, a Comissão de Valores Mobiliários americana investigou o caso e moveu uma ação civil contra Braga no Tribunal do Distrito Oeste de Washington, após constatar que o TCC tratava-se de um esquema fraudulento internacional.

Braga foi preso em fevereiro deste ano, na Suíça, após um mandado internacional expedido pela Interpol. Ele é acusado de ter lesado mais de 100 mil investidores, incluindo brasileiros e norte-americanos.

Investigação

Durante as apurações, a PF identificou que Douver Braga e seus operadores adquiriram mais de 130 imóveis no estado do Rio de Janeiro, além de carros de luxo, uma embarcação e dezenas de relógios, todos comprados com recursos provenientes da fraude.

Na manhã desta terça-feira (27/5), a Polícia Federal deflagrou a segunda fase dfa operação, voltada ao combate de crimes financeiros e lavagem de dinheiro praticados por meio de criptoativos.

A primeira fase da Operação Fantasos, deflagrada em 30 de abril, resultou na apreensão de bens de alto valor pertencentes ao grupo criminoso, como embarcações, veículos de luxo, relógios, joias, dinheiro em espécie e criptoativos.

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