30 de maio de 2025

EUA pode punir Moraes e outras autoridades. Veja o que está em jogo

eua-pode-punir-moraes-e-outras-autoridades.-veja-o-que-esta-em-jogo

A nova política de governo dos Estados Unidos, que pretende restringir vistos para autoridades estrangeiras acusadas de censurar cidadãos norte-americanos, ameaça líderes brasileiros que tiveram embates recentes com a gestão de Donald Trump, como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Leia também

O possível avanço do governo Trump contra Moraes e outras autoridades brasileiras foi anunciado pelo secretário de Estado do governo dos EUA, Marco Rubio, nessa quarta-feira (28/5). Ele afirmou que a liberdade de expressão é essencial ao estilo de vida dos EUA, “um direito inato sobre o qual governos estrangeiros não têm autoridade”.

Alexandre de Moraes é acusado por parlamentares norte-americanos alinhados a Trump de praticar censura ao pedir banimento de determinados perfis em redes sociais, por exemplo, e de, portanto, ferir a liberdade de expressão. Entre as consequências das sanções dessa lei, estão a perda de bens e a proibição de entrada nos EUA.

Para Rubio, “estrangeiros que trabalham para minar os direitos dos americanos não devem ter o privilégio de viajar para o nosso país. Seja na América Latina, na Europa ou em qualquer outro lugar, os dias de tratamento ivo para aqueles que trabalham para minar os direitos dos americanos acabaram”.

6 imagensGoverno Trump oferece U$1.000 para imigrante que deixar os EUAPresidente Donald TrumpO presidente americano Donald TrumpO presidente americano Donald TrumpEUA: Trump quer Rússia no G7 e diz que Putin busca paz na Ucrânia Fechar modal.1 de 6

Trump

Scott Olson/Getty Images2 de 6

Governo Trump oferece U$1.000 para imigrante que deixar os EUA

Scott Olson/Getty Images3 de 6

Presidente Donald Trump

Andrew Harnik/Getty Images4 de 6

O presidente americano Donald Trump

Andrew Harnik/Getty Images5 de 6

O presidente americano Donald Trump

Andrew Harnik/Getty Images6 de 6

EUA: Trump quer Rússia no G7 e diz que Putin busca paz na Ucrânia

Andrew Harnik/Getty Images

De acordo com apuração da coluna Paulo Cappelli, do Metrópoles, ministros do STF não gostaram de saber que o governo de Donald Trump caminha para sancionar Moraes. Um ponto específico que gerou incômodo na Corte foi a possibilidade de esposas de magistrados com escritórios de advocacia também sofrerem sanções.

Se confirmada, essa possibilidade também atingiria Moraes, que é casado com advogada que atua em escritório de advocacia. No entendimento da Casa Branca, estender sanções financeiras às esposas dos ministros seria uma forma de reforçar as punições direcionadas a integrantes do STF.

Pelo raciocínio do governo Trump, a maior parte da renda familiar dos magistrados viria desses escritórios de advocacia e, portanto, a extensão seria necessária para a efetividade do bloqueio.

Moraes acusado

  • Moraes tem sido acusado de promover censura por meio de suas ordens judiciais. Segundo parlamentares dos EUA, as ordens do ministro atingem empresas localizadas nos EUA e cidadãos que estão no país.
  • Tudo começou após o ministro do STF suspender o X no Brasil, em 2024, depois de a rede social descumprir determinações judiciais em solo brasileiro.
  • O ministro brasileiro chegou a ser alvo de uma ação judicial apresentada pela plataforma Rumble, em parceria com uma empresa de Trump. Elas pediam que não fossem obrigadas a cumprir ordens de Moraes.
  • No dia 21 de maio, Rubio disse que existe uma “grande possibilidade” de Moraes ser alvo de sanções norte-americanas, com base na Lei Global Magnitsky.

Embora Rubio não tenha citado nomes, limitando-se a falar de “estrangeiros”, a ação do secretário de Estado dos EUA pode ser interpretada como mais um capítulo da ofensiva do governo Trump contra Moraes. No dia 21/5, Rubio disse que existe uma “grande possibilidade” de o ministro do STF ser alvo de sanções norte-americanas, com base na Lei Global Magnitsky.

Autoridades na mira de Trump

O jornalista Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, que vive nos Estados Unidos e é neto do último presidente da ditadura militar, João Figueiredo, usou as redes sociais para divulgar uma lista de autoridades brasileiras que teriam sido denunciadas por ele ao governo norte-americano, por supostas violações à liberdade de expressão.

Segundo ele, esses nomes estariam envolvidos em violações de direitos contra cidadãos, residentes e empresas norte-americanas. Ao lado do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Paulo Renato tem articulado junto ao governo de Donald Trump em busca de punições a autoridades como o ministro Alexandre de Moraes.

Veja a lista divulgada por Figueiredo: 

  • Os ministros do STF:  Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino;
  • O Procurador-Geral da República (PGR) Paulo Gonet;
  • Diretor-geral da Polícia Federal (PF) Andrei Rodrigues e o chefe da divisão de crimes cibernéticos da PF, Fabio Schor;
  • Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski;
  • Senador Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado.

 

8 imagensO ministro do STF, Alexandre de MoraesO ministro do STF Alexandre de Moraes entrou na mira das sanções do governo TrumpO presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de MoraesMinistro Alexandre de Moraes é relator do inquérito sobre o 8/1Alexandre de Moraes vai decidir se patriota fica na carceragem da Polícia Federal em São PauloFechar modal.1 de 8

Ministro do STF Alexandre de Moraes

STF/Divulgação2 de 8

O ministro do STF, Alexandre de Moraes

Antonio Augusto/STF3 de 8

O ministro do STF Alexandre de Moraes entrou na mira das sanções do governo Trump

Rosinei Coutinho/STF4 de 8

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes

Reprodução5 de 8

Ministro Alexandre de Moraes é relator do inquérito sobre o 8/1

Igo Estrela/Metrópoles
@igoestrela6 de 8

Alexandre de Moraes vai decidir se patriota fica na carceragem da Polícia Federal em São Paulo

Igo Estrela/Metrópoles
@igoestrela7 de 8

Ministro ofereceu jantar apos decidir sobre futuro de Eduardo Bolsonaro

Igo Estrela/Metrópoles
@igoestrela8 de 8

Alexandre de Moraes é o relator do inquérito do golpe no STF

Igo Estrela/Metrópoles
@igoestrela

Interesse nacional em primeiro lugar

O chanceler Mauro Vieira se pronunciou sobre a decisão do governo dos Estados Unidos. A parlamentares da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional na Câmara dos Deputados, nessa quarta, o chefe da diplomacia brasileira disse que os interesses do Brasil estão em “primeiro lugar”.

Vieira foi questionado pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP) sobre o anúncio realizado horas antes pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, classificado pelo petista como “ingerência” norte-americana sobre o Brasil. Ao responder, o ministro das Relações Exteriores afirmou que o Brasil não possui nenhuma parceria incondicional.

“Queria relembrar as palavras que disse, em referência ao Barão de Rio Branco [pai da diplomacia brasileira], dizendo que o Brasil não tem alianças, não tem parcerias incondicionais”, declarou o chanceler. “O principal é o interesse nacional, que está em primeiro lugar”, acrescentou Mauro Vieira.

Bloqueador de anuncios detectado

Por favor, apoie-nos desativando sua extensão AdBlocker de seus navegadores para o nosso site.