28 de maio de 2025

Casal gay, Siomar e Cassio, realizam sonho da paternidade com gêmeos

Impedidos de realizar o processo no Brasil, eles optaram pela gestação por substituição na Califórnia

O nascimento dos filhos gêmeos de Siomar Parreira e Cassio Freitas, casal brasileiro conhecido nas redes sociais como “Olar”, marca a realização de um sonho construído com afeto, planejamento e coragem. Após anos de espera, os dois comemoram a chegada dos meninos gerados por meio de gestação por substituição, técnica realizada em uma clínica especializada nos Estados Unidos.

“Falamos sobre ter filhos no nosso primeiro encontro, em Milão, e mencionamos a vontade de ter gêmeos”, contam. O relacionamento avançou rapidamente: em 2020, eles decidiram morar juntos no Brasil, onde, durante a pandemia, criaram uma agência de eventos. Foi nesse período, em meio a desafios pessoais e profissionais, que a ideia de formar uma família ganhou ainda mais força.

Após anos de espera, os dois comemoram a chegada dos meninos gerados por meio de gestação por substituição, técnica realizada em uma clínica especializada nos Estados Unidos / Reprodução

Apesar do desejo, a legislação brasileira restringe a gestação por substituição apenas a parentes próximos e sob condições específicas. Sem opções viáveis no país, o casal buscou clínicas fora do Brasil. A escolha foi por Los Angeles, na Califórnia, onde a técnica — popularmente chamada de “barriga de aluguel” — é legal, regulamentada e amplamente ível a casais homoafetivos.

“Sabíamos que seria um processo complexo, tanto burocraticamente quanto emocionalmente, mas seguimos com fé. Cada etapa nos aproximava ainda mais do nosso sonho”, relatam.

Além da fertilização in vitro, o casal também decidiu que teria dois meninos — decisão influenciada por uma experiência que os fez refletir sobre os desafios que famílias com diferentes formações ainda enfrentam em espaços públicos. “Queremos ajudar a criar um mundo mais inclusivo”, afirmam.

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Durante o processo, Cassio e Siomar lidaram não apenas com obstáculos logísticos, mas também com preconceitos. Comentários sobre a ausência de uma figura materna ainda são frequentes — e dolorosos. “Perguntas como ‘Cadê a mãe?’ ainda ferem, mas reforçam a necessidade de discutir o que é, de fato, uma família”, dizem.

Hoje, com os filhos nos braços, o casal compartilha a alegria e espera inspirar outras pessoas que, como eles, sonham com a paternidade fora dos modelos tradicionais. “A paternidade tem nos transformado por completo. O amor que sentimos é o que realmente importa — e é isso que queremos mostrar ao mundo.”

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