23 de maio de 2025

Apego a bebês reborn pode ser terapêutico ou sinal de alerta, diz neuropsicóloga em entrevista ao ContilNet

Em entrevista à ContilNet, Mariana Costa analisa os limites entre o uso terapêutico e os riscos emocionais do apego excessivo a bonecas realistas por adultos

O ContilNet realizou uma entrevista exclusiva com a psicóloga especialista em Neuropsicologia e coordenadora clínica do Espaço Singular, Mariana Costa, nesta terça-feira (20) para discutir a crescente polêmica envolvendo adultos que desenvolvem vínculos afetivos com bebês reborn — bonecas hiper-realistas que simulam bebês humanos.

A especialista destaca que a preocupação maior está no apego excessivo a esses bebês reborn/Foto: Reprodução

Segundo a neuropsicóloga, os bebês reborn podem ser utilizados para fins terapêuticos desde que haja o acompanhamento de um profissional especializado, especialmente em casos como o luto perinatal.

“Em contextos específicos, essas bonecas funcionam como uma forma de ressignificar a dor. Elas podem auxiliar no processo terapêutico, permitindo que a pessoa elabore suas emoções de maneira mais concreta”, explica Mariana Costa. No entanto, a especialista ressalta que esse uso precisa ser conduzido com responsabilidade e acompanhamento psicológico, para que não se torne uma estratégia de evitação emocional.

Neuropsicóloga durante entrevista ao ContilNet/Foto: Reprodução

A especialista destaca que a preocupação maior está no apego excessivo a esses bebês reborn, que pode ultraar o simbólico e começar a interferir negativamente na vida cotidiana do indivíduo. Situações em que a pessoa a a tratar a boneca como um bebê real — levando-a a eios, criando rotinas e evitando interações sociais — podem indicar quadros de fuga da realidade. A diferença entre um hobby saudável e um comportamento preocupante está justamente no impacto que essa relação gera nas demais áreas da vida.

Além disso, Mariana observa que existe um forte componente de julgamento social, especialmente em relação a mulheres adultas que mantêm esse tipo de vínculo com as bonecas. Para a neuropsicóloga, esse é um aspecto que reforça a necessidade de um debate mais acolhedor e sem preconceitos, valorizando o cuidado com a saúde emocional e o respeito às experiências individuais.

Assista:

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