Fraternidade Anne Shirley: o clube de leitura que nasceu na pandemia e hoje reúne mais de 70 leitores

Criado em 2020 por iniciativa de jovens leitores durante o isolamento social, o grupo promove encontros, debates literários e laços de amizade duradouros através da força das palavras e das histórias compartilhadas

Em meio ao isolamento e às incertezas da pandemia do Covid-19, um grupo de leitores encontrou na literatura muito mais do que entretenimento — encontrou acolhimento, conexão e uma forma de enfrentar os desafios daquele momento. Assim nasceu a Fraternidade Anne Shirley, um clube de leitura que, iniciado de forma remota, hoje reúne mais de 70 pessoas apaixonadas por livros, debates e amizades sinceras.

Membros da Fraternidade Anne Shirley em encontro presencial, celebrando a paixão pela leitura e a amizade construída durante a pandemia

A pandemia do Covid-19 mudou o ritmo do mundo e afetou diretamente a saúde mental de milhões de pessoas. Em meio a esse cenário desafiador, a leitura surgiu como uma válvula de escape para muitos — e foi justamente nesse contexto que nasceu, em 2020, a Fraternidade Anne Shirley, um clube de leitura criado de forma remota e afetiva.

“Eu estava pessoalmente muito ansiosa e deprimida em decorrência do início da pandemia. Ler foi sempre uma válvula de escape e compartilhar isso com mais pessoas sempre foi algo que gostei”, conta Vitória Maciel, uma das fundadoras do grupo. “Daí surgiu a ideia de chamar pessoas pra montarmos um grupo de leitura, tudo de forma remota. O grupo foi só crescendo e hoje são mais de 70 membros”, completa.

Com uma proposta colaborativa desde o início, todas as decisões no clube são feitas em conjunto, incluindo o nome do grupo. “Foi uma sugestão minha, mas a maioria votou nele”, explica Vitória. O nome homenageia a personagem Anne Shirley, da série literária Anne de Green Gables, conhecida por sua sensibilidade, amor pelos livros e olhar poético diante da vida. “Anne é uma personagem sonhadora e resiliente, que consegue olhar para os desafios e transformá-los em poesia, em arte, em luta. Além de ela ser uma apaixonada por livros, sua personagem é uma inspiração para a maioria do grupo e também representa a nossa jornada”, diz.

A Fraternidade Anne Shirley vai além das leituras: promove pertencimento. “Os membros sentem pertencimento, muitos hoje são amigos por causa do grupo de leitura. Encontrar pessoas que têm gostos e ideias parecidos com o seu não é fácil. A população em geral não tem o hábito de ler, então fazer parte de uma comunidade assim é mais que especial, é um lugar-comum”, afirma.

Entre as leituras mais marcantes do grupo, está a obra “Flores para Algernon”, de Daniel Keyes. “É uma obra extremamente sensível e real. Foi impactante do início ao fim e é considerado a melhor leitura do grupo nesses 5 anos de existência”, relata Vitória.

Com o fim das restrições sanitárias, os encontros presenciais finalmente aconteceram — e deram novo fôlego à Fraternidade. “Após a pandemia, pudemos fazer nosso primeiro encontro presencial, e isso gerou visibilidade ao grupo. Muitos outros membros entraram. Além disso, muitas pessoas se tornaram leitores assíduos por causa do grupo”, conta Vitória.

Um dos encontros presenciais do grupo de leituras

O objetivo principal da Fraternidade segue firme: incentivar a leitura, fortalecer vínculos e oferecer um espaço seguro para a troca de ideias. “Sempre estamos incentivando uns aos outros para que os debates e trocas de ideias aconteçam. Nosso sonho e objetivo principal é sempre alcançar pessoas que buscam um local seguro e especial para compartilhamento de ideias, para fazer novos amigos e sentir de forma plena a transformação que o maravilhoso mundo dos livros pode fazer”, conclui.

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