Sobrevivente de grave acidente na Via Verde sai da sedação, mas segue internado na UTI

O acidente ocorreu quando uma caminhonete invadiu a contramão e atingiu três motos

Após mais de duas semanas internado em estado grave, o monitor de alarme Fábio Farias de Lima, vítima de um grave acidente de trânsito na Via Verde, em Rio Branco, apresentou sinais de melhora e já começou a interagir com familiares. Ele segue internado na UTI, mas sem sedação e consciente o suficiente para reconhecer pessoas próximas.

Segundo uma amiga da família, que preferiu não se identificar, Fábio iniciou sessões de fisioterapia e, embora ainda esteja em cuidados intensivos, já reage positivamente.

Fabio segue internado no PS de Rio Branco/ Foto: Reprodução

A mulher relatou ao G1 Acre neste sábado (3) que ele reconhece a esposa e alguns amigos, o que foi recebido como um sinal de esperança pela família.

Fábio, funcionário da Empresa de Vigilância VIP, foi atropelado junto com dois colegas e uma motociclista no dia 17 de abril. O acidente ocorreu quando uma caminhonete conduzida por Talysson Duarte invadiu a contramão e atingiu três motos — duas de funcionários da empresa e uma da autônoma Raiane Xavier. Fábio sofreu múltiplas fraturas, ou por cirurgias e precisou de transfusões sanguíneas.

A colisão provocou a morte instantânea de Macio Pinheiro da Silva e deixou outras três vítimas em estado grave. Carpegiane Lopes morreu dias depois na UTI, enquanto Raiane Xavier recebeu alta no mesmo dia. Em entrevista ao G1, Raiane criticou duramente o motorista da caminhonete por não prestar socorro após o acidente.

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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi acionada na ocasião, isolou a área e chamou a perícia e o IML. De acordo com a PRF, Talysson Duarte foi retirado do local por questões de segurança, mas não chegou a ser levado à Delegacia de Flagrantes no mesmo dia. A corporação alegou que a liberação do condutor ocorreu por receio de represálias da população e negou qualquer proteção especial ao motorista.

O episódio gerou revolta entre familiares das vítimas e da população. O deputado federal e coronel Ulysses Araújo, marido da proprietária da Empresa VIP, criticou publicamente a conduta da PRF e cobrou explicações formais.

Outros dois homens ficaram feridos/ Foto: ContilNet

O Ministério Público do Acre (MP-AC) instaurou um procedimento para acompanhar o caso, que está sendo investigado pela 1ª Delegacia Regional da Polícia Civil. A defesa de Talysson Duarte afirma que o veículo aquaplanou devido à pista molhada.

Famílias pedem justiça

Na última quinta-feira (1º), familiares e amigos de Macio e Carpegiane realizaram um protesto na entrada da Ponte Metálica Juscelino Kubitschek, exigindo justiça pelas mortes. Marcos Antônio, irmão de Macio, destacou a omissão do motorista: “Ele saiu batendo em todo mundo, matou e não prestou socorro.”

A sobrinha de Macio, Shirley Fernandes, também cobrou responsabilização: “Foram quatro vítimas. Duas já morreram, uma luta para sobreviver e outra está acamada. Precisamos de respostas.”

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Francisco Freitas, tio de Carpegiane, reforçou a cobrança por punições aos responsáveis, inclusive pela conduta da PRF: “Queremos a responsabilização do motorista e dos agentes que não agiram como deveriam.”

A PRF defende a legalidade dos procedimentos adotados, mas afirmou que abrirá uma apuração interna para averiguar a atuação dos policiais no caso, em resposta à repercussão gerada.

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