Nomes que ocupam cargos do Governo Lula no Acre podem ser supresa nas chapas do PT em 2026

PT entra nas eleições de 2026 com maior poder político, aproveitando a máquina pública do Governo Federal para fortalecer suas candidaturas no Acre

Diferente de 2022, quando disputou uma eleição estadual no Acre sem cargos e sem estrutura, o PT chega nas eleições de 2026 em um cenário bem mais favorável. Com o presidente Lula no cargo, o partido tem nas mãos a máquina pública do Governo Federal. E isso será reflexo nas chapas que vão disputar as cadeiras da Aleac e do Congresso Nacional.

Campanha feita pelo PT nas eleições de 2022/Foto: Ascom

No último pleito, o partido montou uma chapa com apenas 5 nomes concorrendo como deputados estaduais e obteve apenas 20 mil votos na legenda – destaque para Léo de Brito, que, apesar de ter conseguido mais de 12 mil votos, não foi reeleito.

Já na Aleac, o PT ficou de fora das 24 vagas da Casa pela primeira vez em anos. Foram apenas 6 candidatos, com destaque para Daniel Zen, que recebeu quase 5 mil votos, mas também não foi reeleito.

Com o resultado bem negativo, o partido agora se articula para montar uma chapa bem mais competitiva. Além de nomes já conhecidos do PT, como o de Léo de Brito, o partido estuda lançar membros que ocupam cargos importantes do Governo Lula no estado.

Entre eles, o superintendente do DNIT, Ricardo Araújo, que já foi vereador de Rio Branco entre 2008 e 2012, além de ter sido diretor do Deracre nos governos petistas.

Ricardo Araújo durante entrevista ao ContilNet/Foto: Christian Rafael

A lista de possíveis surpresas ainda inclui o coordenador do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Acre, Cesário Braga, que chegou a disputar uma vaga na Aleac nas últimas eleições.

Cesário Braga, do PT/Foto: ContilNet

Quem também é sondado para disputar um cargo em 2026 é o superintendente do Incra no estado, Marcio Alercio, que ganhou destaque ao atingir recordes na criação de assentamentos no Acre em apenas três anos.

Marcio Alecio é superintendente do Incra/Foto: Reprodução

Marcio Alecio é superintendente do Incra/Foto: ReproduçãoOutro que fecha a lista é o superintendente do Patrimônio da União, Thiago Mourão, filho do ex-deputado Nilson Mourão, um dos nomes mais importantes do PT no Acre. Com o destaque na SPU, ele vem se credenciando para seguir os os do pai.

Thiago comanda a SPU no Acre/Foto: Marcos Vicentti

De olho no governo também

Em 2022, o nome escolhido pelo PT para disputar o Governo foi o ex-senador Jorge Viana. Agora, o partido estuda lançar o nome do vereador André Kamai, considerado uma das lideranças em ascensão do partido no Acre.

Kamai é um nome interessante para sanar um problema antigo do PT não só no Acre, mas em todos os estados: a falta de novos nomes – com reais chances de vitória – nas eleições.

Uma 3ª via?

A princípio, os planos do PT não eram lançar uma candidatura própria ao governo. A prioridade sempre foi a candidatura de Jorge Viana ao Senado Federal. Contudo, o racha da direita no Acre – com a divisão dos nomes de Mailza Assis e Alan Rick – fez com que o partido recalculasse a rota e visse uma chance real de Kamai se tornar uma 3ª via no jogo em busca do Governo.

Pano pra manga

A rixa entre Alan Rick e Gladson, que resultou no imbróglio na futura federação entre o União e o Progressistas, virou destaque nacional. Uma reportagem do O Globo apontou o Acre como um dos estados em que as disputas locais ‘travam’ a união das duas legendas e que líderes partidários prometem debandada.

Com a federação praticamente certa, cabe a Alan iniciar a operação ‘busca novo lar’ e encontrar um novo partido para chamar de seu. No radar estão: Republicanos, MDB e NOVO.

De volta às raízes

Vale lembrar que Alan foi eleito pela primeira vez, em 2014, como deputado federal, pelo PRB, antigo Republicanos. Na época, ele obteve mais de 17 mil votos e ficou com a última vaga na bancada federal.

Vai sentir!

A federação do União Brasil com o PP vai fazer com que o povo partido se torne as maiores bancadas no Congresso e no Senado Federal. Contudo, no Acre, a sigla vai sofrer duas baixas importantes no Senado – que é tido como prioridade: Márcio Bittar, que já anunciou que se filiará ao PL de Bolsonaro, e Alan Rick, que, sem espaço, precisará deixar o partido. Será que vale o preço?

Depende de um nome

Apesar de perder dois senadores, o golpe pode ser menos amargo. Acontece que a federação terá Gladson Cameli disputando como favorito uma vaga no Senado Federal em 2026. Ou seja, o atual governador pode ajudar a diminuir o impacto das duas perdas na bancada do Acre.

Fiel escudeira

A deputada Socorro Neri repete o que fez anteriormente ao defender a candidatura própria de Alysson Bestene na disputa pela Prefeitura de Rio Branco. No Progressistas, travou uma guerra interna para tentar manter o protagonismo do partido. Agora, coloca como prioridade a candidatura de Mailza ao Governo em 2026. A parlamentar está sendo vista em várias agendas políticas com a vice-governadora, deixando claro que ela é o plano A para as próximas eleições. Uma política partidária nata.

Bola dentro

Apesar de uma série de erros cometidos nos últimos meses, o governo do presidente Lula deu uma bola dentro nesta semana. Pela primeira vez, o Ministério da Saúde deu início ao processo para incorporar a vacina contra a herpes-zóster ao Sistema Único de Saúde (SUS), com previsão de conclusão em 2026. Segundo a pasta, a solicitação de avaliação foi enviada à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que analisa a viabilidade técnica e econômica da medida.

Outro ponto importante

No tabuleiro da política econômica do governo Lula, mais uma peça começa a se mover. O Planalto estuda trocar o tradicional vale-refeição por uma alternativa mais direta e — ao que tudo indica — mais barata: o pagamento via Pix, depositado diretamente na conta dos trabalhadores.

A mudança, que integra as discussões sobre a reformulação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), tem como principal alvo os custos operacionais cobrados pelas empresas intermediárias que hoje dominam o setor.

A proposta ainda está em fase de avaliação, mas revela uma estratégia clara do governo: desburocratizar, reduzir a intermediação privada e colocar mais controle — e talvez mais transparência — sobre os benefícios trabalhistas. A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo e deve movimentar os bastidores do Congresso.


Matheus Mello é jornalista, colunista, editor-chefe do ContilNet e pós-graduando em jornalismo político

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