Condenado a mais de oito anos de prisão, o humorista Léo Lins divulgou nesta quinta-feira (5) um vídeo em que contesta a decisão judicial e afirma que sua sentença representa um “precedente perigoso” para a liberdade de expressão no Brasil. O comediante criticou os argumentos utilizados no processo e reforçou que seu trabalho é baseado em ficção e personagens humorísticos.

Na gravação, Lins questiona se a mesma lógica usada em sua condenação poderia ser aplicada a obras de ficção/ Foto: Reprodução
“Humor é personagem, é ficção. Piada não é confissão de crime”, afirmou Lins, que apontou ainda o uso da Wikipédia como fonte no processo judicial. “Estamos falando de um julgamento que usa um site colaborativo como base. Isso deveria preocupar a todos, independentemente da opinião sobre meu estilo de humor”, disse.
Na gravação, Lins questiona se a mesma lógica usada em sua condenação poderia ser aplicada a obras de ficção. “Se um personagem comete crime, então vilões de novela também podem ser presos?”, ironizou. Para ele, decisões como essa podem abrir brechas para a censura artística.
O humorista agradeceu o apoio que vem recebendo do público e relembrou relatos de fãs que superaram momentos difíceis através do riso proporcionado por seus espetáculos. “Se rir virou crime, o silêncio virou regra”, concluiu.
A condenação de Léo Lins repercutiu amplamente nas redes sociais, dividindo opiniões entre quem considera seu estilo de humor ofensivo e quem defende sua liberdade artística. A defesa do humorista ainda pode recorrer da decisão.