Prancheta a postos, conversas com os jogadores e trabalho no campo. ada a semana de visitas às instalações da CBF e primeiras idas a jogos no Brasil, Carlo Ancelotti ergueu as mangas e começou a trabalhar com os jogadores da seleção. Ontem, o grupo de convocados se apresentou em São Paulo e já iniciou as atividades com o italiano visando aos jogos contra Equador, quinta-feira, e Paraguai, dia 10. Não deu nem para aguardar o trio de finalistas da Champions (Marquinhos, Beraldo e Carlos Augusto), que chegou só no fim do dia. A corrida contra o tempo será uma tônica da era Carletto.

Carlo Ancelotti faz primeira reunião com grupos de jogadores da seleção em São Paulo — Foto: Rafael Ribeiro/CBF
Com praticamente um ano até a próxima Copa do Mundo, o treinador terá pouco tempo de contato com os jogadores. Tanto na duração dos períodos de treinamento quanto no total de dias até o Mundial.
Até 11 de junho de 2026, para quando está marcada a abertura da Copa, Ancelotti terá trabalhado por 46 dias com os atletas. Como ainda não está definida a data da estreia do Brasil (o sorteio dos grupos será apenas no fim do ano), há a possibilidade de ele ganhar alguns dias a mais. Mas é certo que não serão muitos.
Outro desafio para o técnico é que os encontros serão em pílulas. Até o jogo contra o Paraguai, daqui a uma semana, Ancelotti terá seus primeiros nove dias reunido com os jogadores. Em 2025, ele ainda terá mais duas datas Fifa com a mesma duração. No ano que vem, serão mais duas: uma em março e outra em junho.
Esta última servirá como período para a realização dos ajustes finais (com a possibilidade de realização de amistosos), já que ela emenda com o início da competição. Isso significa que Ancelotti terá até a data Fifa de março para fazer suas observações e testes antes de anunciar a convocação para o Mundial dos EUA, México e Canadá. Ou seja: a lista final será formada com base em apenas 36 dias de contato.
O pouco tempo de convívio reforça a perspectiva de que Ancelotti não chega para promover qualquer tipo de inovação tática. Além de não ser o seu perfil, ele não terá tempo para isso.
Este cenário deve levar o treinador a buscar a um modelo de jogo semelhante ao do Real Madrid treinado por ele nas últimas três temporadas, potencializando a liderança de Vini Jr no ataque. O próprio Ancelotti já itiu em entrevistas recentes que usará o trabalho feito no clube espanhol como sua referência.
Já em relação à briga por posições, estas condições dão vantagem aos atletas com experiência no exterior, principalmente no futebol europeu. O repertório adquirido pelo maior convívio com diferentes ideias táticas os deixa mais prontos para assimilar a proposta de Ancelotti. Não à toa, já em sua primeira convocação o italiano promoveu o retorno de Casimiro, sabidamente seu homem de confiança no meio. Apesar de não vestir a Amarelinha há um ano e meio, o volante do Manchester United volta como favorito a ser titular.
1º dia teve apresentação e treino no campo
O ponto de partida para esta luta contra o tempo foi dado nesta segunda-feira, numa reunião no hotel em que a seleção está concentrada. Ancelotti foi apresentado ao grupo pelo coordenador de seleções Rodrigo Caetano e, em seguida, fez sua primeira apresentação na qual pôde ar suas ideias e planos para a seleção.

Ancelotti observa a atividade no campo do primeiro dia de treino da seleção — Foto: Rafael Ribeiro/CBF
À tarde, no CT Joaquim Grava, do Corinthians, o grupo foi a campo pela primeira vez diante do técnico. A imprensa só teve o aos 15 minutos iniciais, durante os quais os atletas realizaram apenas um aquecimento. Além do trio de PSG e Inter de Milão, ausente, cinco jogadores que atuaram no domingo pelo Brasileirão fizeram apenas um trabalho regenerativo: os flamenguistas Léo Ortiz, Alex Sandro, Danilo e Gerson e o palmeirense Estevão. Para completar a atividade foram usados cinco jovens da base corintiana.
Nesta terça, o técnico poderá trabalhar com o grupo completo pela primeira vez. Importante lembrar que, para o jogo contra o Equador, em Guayaquil, ele não contará com Raphinha, suspenso por ter recebido o terceiro cartão amarelo. Só poderá ser usado diante do Paraguai, em São Paulo.
— Tenho certeza de que não serão fáceis esses dois jogos, mas a expectativa é igual a de sempre. Na seleção, o objetivo é sempre ganhar e deixar o Brasil no topo. O nosso objetivo é ganhar esses dois jogos — comentou o zagueiro Alexsandro ao site da CBF.