Rio Acre registra uma das menores cotas em 11 anos e acende alerta para nova seca histórica

Defesa Civil aponta início da estiagem e teme repetição da crise hídrica de 2024, que afetou duramente a agricultura e elevou o custo de vida na capital acreana

Com apenas 4,32 metros de profundidade, o Rio Acre atingiu nesta terça-feira (13) a quarta menor marca registrada para a data em mais de uma década, segundo a Defesa Civil de Rio Branco. A redução expressiva do nível do rio reacende o temor de uma nova seca severa, semelhante à de 2024 — considerada a pior da história do estado.

Nível do Rio Acre segue em queda e preocupa autoridades com risco de nova seca severa

O nível do Rio Acre segue em queda e preocupa autoridades e moradores da capital acreana. De acordo com medição realizada às 6h da manhã pela Defesa Civil Municipal, o rio alcançou a marca de 4,32 metros, configurando a quarta menor cota para o período nos últimos 11 anos.

A informação foi confirmada pelo coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, coronel Cláudio Falcão. Ele alertou que o cenário atual marca o início do período de estiagem e que, mantido o ritmo de redução do volume de água, o estado pode enfrentar novamente uma seca de grandes proporções.

“Estamos apenas começando a estiagem e a tendência é de que o rio continue baixando. Se isso persistir, podemos repetir o cenário crítico de 2024, que foi extremamente grave”, afirmou o coronel ao site A Gazeta.

Desde o dia 17 de março, o nível do rio já sofreu uma queda de 11,5 metros — ando de 15,88 metros para os atuais 4,32 metros. Falcão ressaltou que o agravamento da situação só não foi pior graças ao elevado volume de chuvas registrado em abril, o segundo mais alto da última década, atrás apenas de 2018. O aumento das chuvas, segundo ele, foi favorecido pelo enfraquecimento do fenômeno La Niña.

Ainda assim, os efeitos da estiagem já começam a ser sentidos, principalmente na zona rural. A crise hídrica tem impacto direto na economia local, afetando fortemente a agricultura familiar. Em 2024, por exemplo, produtores perderam cerca de 50% da produção agrícola, em decorrência de eventos extremos: uma enchente no início do ano e uma seca prolongada em seguida.

“Esses agricultores foram atingidos duas vezes. Primeiro, a cheia destruiu boa parte das lavouras. Depois, a seca agravou ainda mais a situação. O resultado foi um prejuízo expressivo na produção e o aumento no preço dos alimentos nas áreas urbanas”, explicou Falcão.

Para reduzir os impactos da nova estiagem, a Defesa Civil e a Prefeitura de Rio Branco têm reforçado as ações emergenciais. Só na última segunda-feira (12), 5,7 toneladas de alimentos foram entregues a famílias de produtores rurais. O apoio deve continuar nos próximos meses, com distribuição de água potável, cestas básicas e outras medidas de auxílio.

“O nosso clima é de extremos. Ora enfrentamos enchentes devastadoras, ora estiagens severas. Precisamos estar preparados para ambos os cenários”, concluiu o coordenador.

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