22 de maio de 2025

Quase metade da população adulta do Acre está endividada, revela levantamento nacional

Números fazem parte de plataforma financeira que analisou os inadimplentes de todo o país

De cada dez acreanos, cerca de 4,5 estão endividados, com dívidas que somam, em média, R$ 1.500. Com esse índice, o Acre se mantém dentro da média nacional, onde quase cinco em cada dez brasileiros adultos estão inadimplentes. Os dados constam em um estudo da plataforma Pagou Fácil, da financeira Paschoalotto, que analisou informações de inadimplência em todo o país.

Foto: Guilherme Santos/Sul21

Segundo o levantamento — que utilizou dados próprios e de fontes como o Serasa — o Brasil contava com 75,7 milhões de inadimplentes em março de 2025, o que representa 46,6% da população adulta. Em comparação com março de 2024, houve um aumento de 2,8 milhões de inadimplentes, crescimento de 3,8%. É importante destacar que o estudo considera inadimplente a pessoa com dívidas em aberto, mesmo que ainda não esteja com o nome inscrito em serviços de proteção ao crédito como Serasa ou SPC.

Estados com mais inadimplentes

O Amapá lidera o ranking nacional, com 61,8% da população adulta endividada. Em seguida aparecem o Distrito Federal (60,1%), Rio de Janeiro (55,6%), Amazonas (54,5%), Mato Grosso do Sul (54,1%), Tocantins (51%), Goiás (50,1%), Mato Grosso (50,1%) e Roraima (50,8%).

O Acre está em um grupo intermediário, com índice superior a 45%, mas abaixo das unidades federativas mais críticas.

Os estados com as menores taxas de inadimplência estão concentrados nas regiões Sul e Nordeste. Santa Catarina lidera com a menor proporção (36,5%), seguida por Piauí (37%), Espírito Santo (41,5%) e Rio Grande do Sul (41,6%).

A pesquisa estima que o valor médio das dívidas no Brasil seja de R$ 1.588, com um total acumulado de R$ 438 bilhões — um aumento de 13% em relação a março de 2024.

O Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste, da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), aponta que a tendência é de crescimento do endividamento, que se mantém em nível elevado desde a pandemia. A inflação acumulada em 12 meses, encerrados em abril, foi de 5,53%; a taxa básica de juros (Selic) segue em 14,75%, o maior nível em quase 20 anos. Esses fatores, somados à desaceleração econômica, têm pressionado o orçamento das famílias, aumentado a inadimplência e dificultado o pagamento de dívidas.

A maior parte das dívidas (28,5%) está vinculada a bancos e cartões de crédito, seguida por contas básicas como água, luz e gás (20,6%), serviços diversos (19,1%) e financeiras (11,2%). O cartão de crédito, em especial, tem se tornado um complemento de renda para muitas famílias brasileiras.

A oitava edição do Raio-X do Investidor Brasileiro, pesquisa da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha, revelou um dado curioso: cerca de 23 milhões de brasileiros apostam em plataformas de “bets”, enquanto apenas 10 milhões investem em CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e 9 milhões aplicam em fundos de investimento.

PUBLICIDADE

Bloqueador de anuncios detectado

Por favor, apoie-nos desativando sua extensão AdBlocker de seus navegadores para o nosso site.