Moradores de Sena Madureira seguem indignados com a falta de medicação no município. Áudios enviados à reportagem do ContilNet, nesta terça-feira (6), mostram uma moradora da cidade dizendo que precisa gastar seu salário com remédios devido à ausência de estoque nas unidades de saúde locais.
As denúncias não são recentes e já chegaram ao Ministério Público do Acre (MPAC), que abriu investigação sobre o caso. O órgão instaurou um procedimento istrativo, determinando que o secretário municipal de Saúde, Nelson Sales, adote providências e preste esclarecimentos sobre os fatos narrados, destacando, inclusive, se houve dispensa de processo licitatório para a aquisição de medicamentos.
“É a primeira vez que vou me manifestar aqui nesse grupo. Mas também quero chamar a atenção dos vereadores. Quero chamar a atenção deles para a farmácia central, que não tem medicamento. A gente precisa. Eu sou uma que preciso de remédio para pressão. Já estou há duas semanas indo lá e não tem. Não tem nenhum tipo de remédio para pressão”, disse a denunciante, que fez um apelo aos parlamentares.
“Gente, eu estou pedindo socorro. Cuido de uma pessoa há sete anos. Desde dezembro, ele está acamado. Ele toma duas dipironas, de duas em duas horas, entendeu? E eu compro dois, três cartuchos por dia. Não é nada, mas é cinco reais cada um. Três por dia. Nunca tinha comprado, e estou comprando desde dezembro. E eu sei que não é só comigo. Eu não tenho lado político, graças a Deus. Tenho um salário. Não dependo da prefeitura, não dependo… Graças a Deus, dependo do governo federal. Graças ao meu bom Deus. Gente, estamos em maio, pelo amor de Deus! O pessoal falando de barco, falando disso… Deixa a rua esburacada, deixa o que for, sabe? Eu queria que tivesse mais saúde, mais educação”, continuou.
A moradora afirmou que chega a comprar 700 comprimidos por mês por conta da falta de medicação nos postos.
“Eu tenho provas. Por mês, são 700 comprimidos que eu tenho que comprar. Tenho todos os papéis aqui, lá do Hospital do Câncer. São 700 comprimidos por mês. Já imaginou uma coisa dessas? Isso é uma falta de consideração com a população carente”, finalizou.
Ela denuncia, inclusive, a falta de soro no posto de saúde do bairro Ana Vieira — o que compromete os atendimentos odontológicos.
“Não tem atendimento odontológico porque falta material. Não tem soro fisiológico nem para fazer um curativo”, reclamou.
Enquanto falta medicação nas unidades de saúde, o MPAC também investiga um suposto gasto excessivo de quase R$ 2 milhões, por parte da Prefeitura, com combustíveis.
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