Uma operação da Polícia Civil de Santa Catarina prendeu duas pessoas nesta segunda-feira (26), suspeitas de integrar uma organização criminosa que adulterava e vendia medicamentos de uso controlado, incluindo o Ozempic — fármaco amplamente utilizado no tratamento da diabetes e para emagrecimento. Sete mandados de busca e apreensão também foram cumpridos.

Uma operação da Polícia Civil de Santa Catarina prendeu duas pessoas nesta segunda-feira (26), suspeitas de integrar uma organização criminosa que adulterava e vendia medicamentos / Reprodução
As investigações começaram após o relato de uma vítima que sofreu uma grave reação após utilizar um medicamento falsificado. Segundo o delegado Jeferson Prado, da Delegacia de Investigação à Lavagem de Dinheiro (DLAV/DEIC), a vítima chegou a ser hospitalizada com risco de morte devido à queda abrupta da glicemia, após usar uma falsa versão do Ozempic.
De acordo com a polícia, os criminosos substituíam o medicamento original por canetas de insulina, manipulando a embalagem e até a identidade visual para simular o produto legítimo. A distribuição acontecia majoritariamente pelas redes sociais, com preços bem abaixo dos praticados no mercado.
Ainda conforme as investigações, o grupo adulterava lotes de medicamentos vencidos, removendo as datas de validade originais e aplicando etiquetas falsas com prazos atualizados. Uma gráfica estaria envolvida na falsificação das embalagens.
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Batizada de “Reação Adversa”, a operação foi deflagrada nos municípios catarinenses de Jaraguá do Sul, Barra Velha e Canoinhas, além de Catalão, em Goiás. Os nomes dos detidos não foram divulgados. Um deles foi preso em flagrante e o outro, preventivamente. A Justiça autorizou ainda o bloqueio de bens, incluindo veículos de luxo e imóveis pertencentes aos suspeitos.

A polícia orienta que qualquer pessoa que tenha utilizado medicamentos adquiridos fora das vias oficiais e apresentado reações adversas procure uma delegacia para registrar boletim de ocorrência / Reprodução
A polícia orienta que qualquer pessoa que tenha utilizado medicamentos adquiridos fora das vias oficiais e apresentado reações adversas procure uma delegacia para registrar boletim de ocorrência.
A falsificação de medicamentos é considerada crime hediondo pelo Código Penal, com pena prevista de 10 a 15 anos de prisão. Os envolvidos também podem responder por tentativa de homicídio com dolo eventual.
Em janeiro de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta global sobre o aumento dos casos de falsificação dos medicamentos Ozempic e Wegovy, ambos produzidos pela farmacêutica Novo Nordisk. O problema já havia sido detectado no Rio de Janeiro e em Brasília.