O glaucoma é uma enfermidade que afeta o olho e, se não for tratada, pode levar à cegueira. Nos estados do Norte e Nordeste, a população enfrenta dificuldades tanto para descobrir quanto para tratar a doença.

Glaucoma atinge mais brasileiros e dificuldade no diagnóstico preocupa regiões Norte e Nordeste. Foto: Reprodução
Aos três anos, Victor Hugo já enfrenta uma batalha contra a doença. Ele foi diagnosticado com glaucoma congênito, que compromete a visão.
“A gente percebeu que ele não abria os olhos. A gente só percebeu a abertura dos olhos, que os olhos eram diferentes à noite, quando estava tudo escuro. Foi muito difícil esse primeiro momento de aceitação”, relata Silviane Nascimento, mãe de Victor.
O glaucoma é uma das principais causas de cegueira no mundo. A doença está frequentemente associada à elevação da pressão interna do olho, que compromete o nervo óptico.
SUS
Assim como Victor, milhares de brasileiros dependem do SUS para diagnóstico e tratamento. De acordo com levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, entre 2019 e 2024, quase 10 milhões de exames foram realizados no país. A quantidade de pacientes examinados saltou de 1.377.397 em 2019 para 2.251.284 no ano ado.
O número representa um crescimento de 63%, mas a expansão não foi igual em todas as regiões. Enquanto o Sudeste registrou aumento de 116% na realização dos exames, o Nordeste teve o menor crescimento: apenas 24%.
A dificuldade de o a consultas, principalmente em regiões remotas e com menor infraestrutura de saúde, torna o diagnóstico ainda mais desafiador.
“O glaucoma pode acometer todas as idades. De fato, ele é mais frequente em pacientes acima de 50, 55 anos, porém pode ocorrer desde o nascimento”, explica a oftalmologista Izabela Almeida.
Importância dos exames
O diagnóstico só é possível por meio de exames oftalmológicos. Quanto mais cedo for detectado, maiores são as chances de preservar a visão.
“Ver o grau dos óculos não faz o diagnóstico do glaucoma. A gente precisa fazer um exame oftalmológico completo, que inclui a medida da pressão intraocular e o exame de fundo de olho, para avaliar o nervo óptico”, detalha a especialista.