22 de maio de 2025

Em carta, população em situação de rua denuncia abandono e que são contra mudança do Centro Pop

A carta, assinada por Josemir Alves (conhecido como Baiano) e Rudson Nunes, levanta questionamentos sobre a mudança do Centro Pop e outras decisões

Lideranças do Movimento da População em Situação de Rua do Acre protocolaram um documento no Comitê do Tribunal de Justiça do Acre voltado à defesa dessa população. A carta, assinada por Josemir Alves (conhecido como Baiano) e Rudson Nunes, levanta questionamentos sobre a mudança do Centro Pop e outras decisões, que, segundo eles, não tem levado em consideração o movimento.

O Centro POP atende cerca de 500 pessoas/ Foto: Assessoria

No texto, os representantes relembram a trajetória do Movimento Acreano da População de Rua (MAPSIR), criado em 2016 e vinculado ao Movimento Nacional da População em Situação de Rua. Entre os avanços destacados, está a criação de uma lei estadual específica e a atuação do Comitê Intersetorial de Acompanhamento da Política Estadual para a População em Situação de Rua.

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Apesar disso, o movimento denuncia que o município segue na contramão dos avanços estaduais.

“O município tem deixado muito a desejar. As estruturas existentes estão longe de oferecer um acolhimento digno. O Supremo já determinou que o município cumpra orientações para minimizar nossos sofrimentos”, diz o documento.

A carta também aponta a ausência de diálogo com a gestão municipal. Segundo o movimento, um pedido formal de audiência com o prefeito segue sem resposta. Eles pedem, entre outras medidas, a reativação do Comitê Municipal da População em Situação de Rua, com a inclusão efetiva de representantes da sociedade civil e da própria população afetada.

“O que queremos é dignidade, moradia, emprego, renda, cultura, saúde e a possibilidade de montar nossa própria cooperativa de reciclagem. A política pública deve ser construída com a nossa participação. Nada sobre nós sem nós. Não podemos mais ser tratados como lixo pelo poder público”, afirmam.

Um dos pontos principais da denúncia é a possível transferência do Centro POP para áreas mais afastadas da cidade, atualmente no centro de Rio Branco. A mudança, segundo o movimento, comprometeria o o aos serviços e agravaria a situação dessas pessoas.

“A remoção do Centro POP para regiões distantes significaria romper com o cotidiano dessas pessoas, que já enfrentam limitações impostas por facções criminosas em relação aos territórios que podem frequentar. Levar o serviço para longe é impedir o o e comprometer a sobrevivência dessas pessoas”, alerta o texto.

O manifesto também denuncia a sensação de discriminação a respeito da população em situação de rua.

“Chega de sermos discriminados, rotulados como vagabundos, delinquentes ou marginais. Queremos respeito, dignidade e políticas públicas que nos enxerguem como seres humanos”, conclui a carta.

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