2 de junho de 2025

Coração aberto: a história de uma mãe que dá acolhimento a quem mais precisa

Romilda Guimarães de Souza faz parte do projeto Família Acolhedora

Aos 43 anos, Romilda Guimarães de Souza, moradora de Rio Branco, vive uma experiência transformadora: ela é uma das quatro famílias atualmente cadastradas no projeto Família Acolhedora, desenvolvido pela Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH). Casada e mãe de três filhos biológicos, Romilda decidiu abrir as portas de sua casa, e de seu coração, para acolher crianças em situação de vulnerabilidade social. (As fotos presentes no material não correspondem a história de Romilda, sendo apenas ilustrativas do projeto Família Acolhedora)

O projeto busca encontrar lares provisórios para crianças em situação de vulnerabilidade (as fotos são ilustrativas e não representam a família do caso contado no texto)/Foto: Cedida

“Eu decidi entrar no projeto porque gosto de criança, gosto de cuidar. Já aram quatro por mim, dois gêmeos e duas meninas. Eu me vejo como mãe delas. Não saíram do meu ventre, mas entraram no meu coração”, conta emocionada.

O projeto Família Acolhedora foi instituído por lei em 2015 e tem como objetivo oferecer a crianças e adolescentes, que tiveram seus direitos violados, um lar temporário com cuidado, carinho e convivência familiar até que possam retornar à sua família de origem ou encontrar outra solução definitiva. Em Rio Branco, desde sua implantação, mais de 40 crianças e adolescentes já foram atendidos. Atualmente, nove crianças estão acolhidas em cinco famílias diferentes. A prefeitura de Rio Branco disponibiliza 30 bolsas de auxílio no valor de um salário mínimo para incentivar que mais famílias se inscrevam, atualmente, 25 delas ainda estão disponíveis.

Romilda lembra que cada criança chega com sua história, marcada por traumas e inseguranças, mas que, com o tempo, vão se abrindo. “Elas chegam tímidas, envergonhadas. Mas aqui, a gente ensina a ler, a falar, dá carinho. E elas vão se desenvolvendo. É muito bom ver isso.

Para participar do programa, a família precisa atender a critérios estabelecidos em edital, como ter estabilidade emocional e financeira, não possuir antecedentes criminais, e concordância de todos os membros da casa. É necessário também residir em Rio Branco e não estar inscrito no cadastro de adoção.

As crianças teu seu primeiro acolhimento no educandário Santa Margarida/Foto: Cedida

As famílias recebem acompanhamento técnico contínuo e, desde 2022, o município oferece um auxílio financeiro equivalente a um salário mínimo para cobrir despesas com os acolhidos. A iniciativa, implantada pelo prefeito Tião Bocalom, visa garantir mais conforto e segurança às crianças e adolescentes, além de incentivar a participação de mais famílias no projeto.

“O Acre é o único estado da Região Norte que adotou o auxílio financeiro para o acolhimento familiar. Isso é um avanço importante, porque muitas famílias têm o desejo de ajudar, mas não dispõem de recursos”, destacou o coordenador do Serviço de Acolhimento Familiar (SAF). O responsável ainda explicou que os gastos devem ser comprovados com notas fiscais, como forma de garantir que os recursos estejam sendo utilizados diretamente com as necessidades das crianças.

Romilda, que ainda está se acostumando a dar entrevistas, reconhece que não tem prática com as palavras, mas se expressa com a linguagem mais poderosa que existe: a do afeto. “Eu sou uma mãe acolhedora. Para mim, cada criança que a por aqui é como um filho. Não é pra vida toda, mas enquanto estiverem comigo, vão ter amor e um lar.”

Ela ainda deixa um apelo para que mais pessoas se sensibilizem com a causa: “Espero que apareçam mais mães, mais pais acolhedores. Vamos fazer uma corrente de amor para essas crianças. Elas precisam de um lugarzinho. Não é para sempre, mas que seja com carinho, com um coração aberto.”

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