22 de maio de 2025

‘Bloco dos gestores’: prefeitos reeleitos no Acre miram cadeiras da Aleac nas eleições de 2026

De olho na continuidade da vida política — e diante da impossibilidade de um terceiro mandato consecutivo — prefeitos de municípios estratégicos do interior estão se organizando para capitalizar o capital político acumulado nas gestões

O movimento silencioso nos bastidores políticos do Acre já começou, e ele a pelos gabinetes de prefeitos reeleitos em 2024.

Embora ainda faltem mais de 500 dias para a eleição de 2026, o xadrez local tem prefeitos afinando o discurso e costurando alianças com um objetivo claro: conquistar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).

24 cadeiras da Aleac estão no radar dos gestores/Foto: Reprodução

De olho na continuidade da vida política — e diante da impossibilidade de um terceiro mandato consecutivo — prefeitos de municípios estratégicos do interior estão se organizando para capitalizar o capital político acumulado nas gestões.

Nos bastidores, interlocutores falam em uma espécie de “bloco dos gestores” se articulando para formar uma bancada com voz própria na Aleac, em 2026. A ideia seria unir forças não apenas para se eleger, mas para garantir protagonismo nas articulações dentro da Casa — e quem sabe até barganhar espaço em um eventual governo aliado.

O movimento parece ter começado

Partidos como o PP, que conseguiu emplacar 14 prefeitos no Acre, já monitoram o movimento e, nos bastidores, incentivam as pré-candidaturas.

A leitura é simples: prefeitos reeleitos têm base consolidada, presença forte nas redes sociais e maior capilaridade no interior — trunfos valiosos em uma eleição estadual com quociente eleitoral apertado.

Prato cheio para a oposição

Mas o plano não é isento de riscos. Ao deixar as prefeituras antes do fim do mandato (caso se confirmem as candidaturas), os gestores terão que explicar ao eleitorado por que abriram mão da istração municipal. Haverá cobrança — e a oposição já prepara o discurso do “abandono da cidade pelo projeto pessoal”.

Gladson também de olho

Nos bastidores do Palácio Rio Branco, o movimento é acompanhado com interesse. O governador Gladson Cameli (PP) — que deve ser candidato natural ao Senado — sabe que esses prefeitos podem ser aliados importantes ou adversários incômodos, dependendo do alinhamento no cenário eleitoral.

Enquanto isso, no interior do estado, as agendas públicas seguem cheias de entregas, inaugurações e discursos de “compromisso com o povo”. Mas entre quatro paredes, os planos são outros: Brasília pode esperar, mas a Aleac é logo ali.

No Acre, os prefeitos reeleitos que podem ser nomes fortes em 2026 são:

Zequinha Lima – Cruzeiro do Sul
Rosana Gomes – Senador Guiomard
Sérgio Lopes – Epitaciolândia
Camilo Silva – Plácido de Castro
Padeiro – Bujari
César Andrade – Porto Walter
Manoel Maia – Capixaba
Naudo Ribeiro – Jordão
Jerry Correia – Assis Brasil

Pressão!

O superintendente da RBTrans, Clendes Vilas Boas, está enfrentando dificuldades crescentes para se manter no cargo em meio a uma onda de críticas da oposição na Câmara de Rio Branco.

A gestão dele tem sido alvo de questionamentos recorrentes sobre a ineficiência no transporte coletivo, atrasos em licitações e falhas na fiscalização do trânsito — temas que têm mobilizado vereadores insatisfeitos e repercutido negativamente nas redes sociais.

Até quando o superintendente vai conseguir se manter no cargo?

Alerta no MPAC

O prefeito de Sena Madureira, Gerlen Diniz (PP), acendeu o sinal de alerta no Ministério Público do Acre (MPAC) com o crescente número de dispensas de licitação realizadas por sua gestão. Segundo fontes com trânsito no órgão, a equipe técnica do MP já monitora com atenção os processos e analisa indícios de abuso no uso da modalidade, que deve ser exceção e não regra.

Indefinido

O nome do ex-prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre (MDB), continua circulando com força nas rodas políticas do Acre, especialmente após aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto tanto para o Governo do Estado quanto para o Senado em 2026. Mas, apesar do bom desempenho, o futuro político de Marcus segue indefinido — e atrelado diretamente às escolhas estratégicas do MDB.

Internamente, o partido ainda não bateu o martelo sobre qual será sua prioridade em 2026: disputar o Palácio Rio Branco com candidatura própria ou negociar espaço em uma aliança maior, possivelmente apoiando um nome da direita em troca de vaga majoritária. O ime trava qualquer definição clara sobre o papel de Marcus Alexandre na próxima eleição.

Otimismo na futura federação

A federação entre PSDB e Podemos começa a ganhar contornos mais claros no Acre, e a projeção interna é otimista: a aliança deve resultar em uma das chapas mais competitivas para a disputa por vagas na Câmara dos Deputados em 2026.

Com nomes já consolidados no cenário político estadual e espaço para novas lideranças, a federação trabalha para montar uma nominata enxuta, mas com bom potencial de votos — apostando na pulverização do apoio no interior e no reforço de candidaturas com apelo de classe média urbana. A meta é clara: eleger ao menos um deputado federal e brigar por uma segunda vaga, dependendo da formação das demais chapas.

Estarão na chapa nomes como: Pedro Longo, vice-presidente da Aleac, Minoru Kimpara (ex-reitor da UFAC), Vanda Milani (ex-deputada federal), Ney Amorim (ex-deputado estadual) e Mazinho Serafim (ex-prefeito de Sena Madureira).

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