A Amazônia, onde está a maior floresta tropical do mundo e em relação à qual o Papa Francisco, falecido no último 21 de abril, tinha preocupações, terá um representante como candidato à sua sucessão no trono de São Pedro, no Vaticano. Trata-se do arcebispo de Manaus (AM), Dom Leonardo Steiner, que foi incluído na lista de possíveis sucessores do papa Francisco, divulgada na última semana pela agência de notícias Reuters.
Aos 74 anos, Steiner é reconhecido por defender pautas como a preservação ambiental e o diálogo inter-religioso, bandeiras também priorizadas pelo pontífice falecido em 21 de abril deste ano.

Em sua trajetória, Dom Leonardo também teve uma agem marcante por Roraima/ Foto: Reprodução
Nomeado cardeal em 2022, Steiner tornou-se o primeiro da Amazônia a integrar o Colégio Cardinalício. Na época, afirmou que a nomeação representava um reconhecimento à região. “É uma alegria ter um cardeal na Amazônia, que não ficou esquecida pelo papa”, disse, referindo-se a Francisco.
Em sua trajetória, Dom Leonardo também teve uma agem marcante por Roraima. Esteve presente na cerimônia de posse de Dom Evaristo Spengler como bispo da Diocese de Roraima, em janeiro de 2023, onde celebrou a importância da missão pastoral na região amazônica. Na ocasião, destacou o carinho do povo roraimense e reforçou o papel da Igreja em territórios periféricos e culturalmente diversos. Dom Leonardo já havia presidido outras celebrações no estado e, em homilias, enfatizou a virtude da esperança e os desafios enfrentados pela Igreja na floresta.
Natural de Forquilhinha (SC), o cardeal foi empossado no consistório de 27 de agosto de 2022, após nomeação feita por Francisco em maio do mesmo ano. Na ocasião, também destacou a atenção do Vaticano às periferias e à Igreja presente na floresta. “O papa está olhando para as periferias, para onde a Igreja pode ser muito viva”, declarou.
O arcebispo de Manaus já ocupou, por duas vezes, o cargo de secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Caso seja eleito, Steiner se tornaria o segundo papa latino-americano da história, um possível “Francisco II”, pela possibilidade de continuidade à linha pastoral de Jorge Bergoglio.
O conclave que elegerá o novo papa terá início amanhã, quarta-feira (7). Participarão, ao todo, 133 cardeais – e todos já estão em Roma, recolhidos em seus aposentos e isolados do resto do mundo, em orações ao Espírito Santo para que lhes recomende o voto certo, conforme preceitua a liturgia da Igreja Católica. De acordo com a liturgia, nenhum participante do conclave poderá votar em seu próprio nome.