Mesmo em meio a uma saraivada de críticas de dirigentes de clubes que são contra sua posse e à defesa dos que veem na sua chegada ao cargo uma oportunidade de mudanças e melhoria no futebol acreano, o empresário Adem Araújo, do Grupo Acreano de Supermercados Arasuper e presidente da Federação de Futebol do Acre (FFA), que tomou posse no cargo com a morte do presidente Antônio Aquino, no mês ado, deu o aval ao candidato à presidência da CBF. Trata-se do presidente da Federação de Futebol de Roraima (FFR), Samir Xaud, que registrou chapa única para disputar a presidência da CBF. A chapa de Xaud, que leva o nome “Futebol para Todos: Transparência, Inclusão e Modernização”, foi registrada no domingo (18) com o apoio de Adem Araújo e de outros 24 presidentes de federações estaduais de futebol, além de dez clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro.
Até o momento, é a única chapa registrada para o pleito, marcado para acontecer no próximo domingo (25). Dentre as federações, estão: AC, AL, AM, AP, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MG, MS, PA, PB, PE, PI, PR, RJ, RN, RO, RR, RS, SC, SE, TO.

Samir Xaud bateu de frente e ganhou a preferência das federações estaduais e dos clubes/ Foto: Reprodução
Dentre os clubes, Amazonas, Botafogo, CRB, Criciúma, Grêmio, Palmeiras, Paysandu, Remo, Vasco e Volta Redonda subscreveram a chapa de Xaud.
Samir Xaud tem 41 anos de idade e já declarou que, se eleito, quer dar tranquilidade ao técnico italiano Carlo Ancelotti para comandar a seleção masculina. Sobre Ednaldo Rodrigues, então presidente da CBF no momento da contratação do italiano, Xaud assegura que Ancelotti será mantido. “A gente já tem feito contatos prévios nos bastidores para dar segurança a ele, segurança jurídica. A gente precisa dar autonomia a ele, deixá-lo trabalhar sem interferências externas”, declarou o candidato. “O Carlo Ancelotti é o melhor técnico do mundo na atualidade, e vem para colocar a Seleção Brasileira de volta ao cenário mais importante do futebol internacional.”
Samir Xaud bateu de frente e ganhou a preferência das federações estaduais e dos clubes contra o presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos, que não conseguiu reunir apoio suficiente para uma chapa oponente.
Os dirigentes estaduais de futebol estiveram reunidos no sábado (18), em um hotel na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e aram o dia fazendo ligações e conversando com clubes e dirigentes de todo o país, com um objetivo em comum: levar Xaud ao cargo mais importante do futebol brasileiro.
Em comum no grupo de Xaud, uma coisa: a pouca idade, pelo menos em comparação com os últimos que sentaram na cadeira de presidente da CBF, como Ednaldo Rodrigues (71 anos), Rogério Caboclo (51 anos), Coronel Nunes (86 anos) e Marco Polo Del Nero (84 anos).
O então presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, foi afastado da função na semana ada, em um processo que apontou fraude em documento que validou as eleições de 2022. Fernando Sarney, vice-presidente, foi nomeado interventor e convocou novas eleições.
Na Justiça, discute-se a validade do documento que reconhece a legalidade da eleição de 2022, na qual Ednaldo foi eleito. A questão é se um dos signatários, Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, tem capacidade mental para o ato, já que ou por uma cirurgia durante tratamento de câncer no cérebro que teria causado “déficit cognitivo”. Laudos demonstram que, desde ao menos 2018, Coronel Nunes não estava apto mentalmente para celebrar atos da vida civil.
O desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), Gabriel Zefiro, relator do processo contra Ednaldo, entendeu que o não comparecimento de Coronel Nunes em audiência ocorrida em 12 de maio último foi decisivo para atestar sua incapacidade mental para celebrar o acordo.
“Indícios. É o que temos. A prova dependeria da presença do Coronel à audiência. Ele não veio, e certamente não virá jamais. Então, trabalhemos com o que temos”, afirmou Zefiro.
Rodrigues questiona no STF (Supremo Tribunal Federal), com pedido de liminar, a legalidade do seu afastamento da presidência da CBF e quer impedir a realização de novas eleições. O caso está sob análise do ministro Gilmar Mendes.