22 de maio de 2025

Nomes que ocupam cargos do Governo Lula no Acre podem ser supresa nas chapas do PT em 2026

PT entra nas eleições de 2026 com maior poder político, aproveitando a máquina pública do Governo Federal para fortalecer suas candidaturas no Acre

Diferente de 2022, quando disputou uma eleição estadual no Acre sem cargos e sem estrutura, o PT chega nas eleições de 2026 em um cenário bem mais favorável. Com o presidente Lula no cargo, o partido tem nas mãos a máquina pública do Governo Federal. E isso será reflexo nas chapas que vão disputar as cadeiras da Aleac e do Congresso Nacional.

Campanha feita pelo PT nas eleições de 2022/Foto: Ascom

No último pleito, o partido montou uma chapa com apenas 5 nomes concorrendo como deputados estaduais e obteve apenas 20 mil votos na legenda – destaque para Léo de Brito, que, apesar de ter conseguido mais de 12 mil votos, não foi reeleito.

Já na Aleac, o PT ficou de fora das 24 vagas da Casa pela primeira vez em anos. Foram apenas 6 candidatos, com destaque para Daniel Zen, que recebeu quase 5 mil votos, mas também não foi reeleito.

Com o resultado bem negativo, o partido agora se articula para montar uma chapa bem mais competitiva. Além de nomes já conhecidos do PT, como o de Léo de Brito, o partido estuda lançar membros que ocupam cargos importantes do Governo Lula no estado.

Entre eles, o superintendente do DNIT, Ricardo Araújo, que já foi vereador de Rio Branco entre 2008 e 2012, além de ter sido diretor do Deracre nos governos petistas.

Ricardo Araújo durante entrevista ao ContilNet/Foto: Christian Rafael

A lista de possíveis surpresas ainda inclui o coordenador do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Acre, Cesário Braga, que chegou a disputar uma vaga na Aleac nas últimas eleições.

Cesário Braga, do PT/Foto: ContilNet

Quem também é sondado para disputar um cargo em 2026 é o superintendente do Incra no estado, Marcio Alercio, que ganhou destaque ao atingir recordes na criação de assentamentos no Acre em apenas três anos.

Marcio Alecio é superintendente do Incra/Foto: Reprodução

Marcio Alecio é superintendente do Incra/Foto: ReproduçãoOutro que fecha a lista é o superintendente do Patrimônio da União, Thiago Mourão, filho do ex-deputado Nilson Mourão, um dos nomes mais importantes do PT no Acre. Com o destaque na SPU, ele vem se credenciando para seguir os os do pai.

Thiago comanda a SPU no Acre/Foto: Marcos Vicentti

De olho no governo também

Em 2022, o nome escolhido pelo PT para disputar o Governo foi o ex-senador Jorge Viana. Agora, o partido estuda lançar o nome do vereador André Kamai, considerado uma das lideranças em ascensão do partido no Acre.

Kamai é um nome interessante para sanar um problema antigo do PT não só no Acre, mas em todos os estados: a falta de novos nomes – com reais chances de vitória – nas eleições.

Uma 3ª via?

A princípio, os planos do PT não eram lançar uma candidatura própria ao governo. A prioridade sempre foi a candidatura de Jorge Viana ao Senado Federal. Contudo, o racha da direita no Acre – com a divisão dos nomes de Mailza Assis e Alan Rick – fez com que o partido recalculasse a rota e visse uma chance real de Kamai se tornar uma 3ª via no jogo em busca do Governo.

Pano pra manga

A rixa entre Alan Rick e Gladson, que resultou no imbróglio na futura federação entre o União e o Progressistas, virou destaque nacional. Uma reportagem do O Globo apontou o Acre como um dos estados em que as disputas locais ‘travam’ a união das duas legendas e que líderes partidários prometem debandada.

Com a federação praticamente certa, cabe a Alan iniciar a operação ‘busca novo lar’ e encontrar um novo partido para chamar de seu. No radar estão: Republicanos, MDB e NOVO.

De volta às raízes

Vale lembrar que Alan foi eleito pela primeira vez, em 2014, como deputado federal, pelo PRB, antigo Republicanos. Na época, ele obteve mais de 17 mil votos e ficou com a última vaga na bancada federal.

Vai sentir!

A federação do União Brasil com o PP vai fazer com que o povo partido se torne as maiores bancadas no Congresso e no Senado Federal. Contudo, no Acre, a sigla vai sofrer duas baixas importantes no Senado – que é tido como prioridade: Márcio Bittar, que já anunciou que se filiará ao PL de Bolsonaro, e Alan Rick, que, sem espaço, precisará deixar o partido. Será que vale o preço?

Depende de um nome

Apesar de perder dois senadores, o golpe pode ser menos amargo. Acontece que a federação terá Gladson Cameli disputando como favorito uma vaga no Senado Federal em 2026. Ou seja, o atual governador pode ajudar a diminuir o impacto das duas perdas na bancada do Acre.

Fiel escudeira

A deputada Socorro Neri repete o que fez anteriormente ao defender a candidatura própria de Alysson Bestene na disputa pela Prefeitura de Rio Branco. No Progressistas, travou uma guerra interna para tentar manter o protagonismo do partido. Agora, coloca como prioridade a candidatura de Mailza ao Governo em 2026. A parlamentar está sendo vista em várias agendas políticas com a vice-governadora, deixando claro que ela é o plano A para as próximas eleições. Uma política partidária nata.

Bola dentro

Apesar de uma série de erros cometidos nos últimos meses, o governo do presidente Lula deu uma bola dentro nesta semana. Pela primeira vez, o Ministério da Saúde deu início ao processo para incorporar a vacina contra a herpes-zóster ao Sistema Único de Saúde (SUS), com previsão de conclusão em 2026. Segundo a pasta, a solicitação de avaliação foi enviada à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que analisa a viabilidade técnica e econômica da medida.

Outro ponto importante

No tabuleiro da política econômica do governo Lula, mais uma peça começa a se mover. O Planalto estuda trocar o tradicional vale-refeição por uma alternativa mais direta e — ao que tudo indica — mais barata: o pagamento via Pix, depositado diretamente na conta dos trabalhadores.

A mudança, que integra as discussões sobre a reformulação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), tem como principal alvo os custos operacionais cobrados pelas empresas intermediárias que hoje dominam o setor.

A proposta ainda está em fase de avaliação, mas revela uma estratégia clara do governo: desburocratizar, reduzir a intermediação privada e colocar mais controle — e talvez mais transparência — sobre os benefícios trabalhistas. A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo e deve movimentar os bastidores do Congresso.


Matheus Mello é jornalista, colunista, editor-chefe do ContilNet e pós-graduando em jornalismo político

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