31 de maio de 2025

MPF e MPAC recomendam consulta a povos indígenas sobre crédito de carbono no Acre

Órgãos pedem que governo estadual siga normas legais e garanta transparência no programa ISA Carbono

O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) recomendaram que o governo estadual consulte formalmente povos indígenas e comunidades tradicionais antes de incluir seus territórios no Programa ISA Carbono.

Os órgãos destacam que essa consulta deve seguir a Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), garantindo que as comunidades tenham direito à informação e à decisão sobre sua participação no programa. Também defendem que, caso optem por aderir, possam desenvolver seus próprios projetos de crédito de carbono.

O governo tem 10 dias para responder se seguirá a recomendação. Caso contrário, MPF e MPAC poderão tomar medidas judiciais/Foto: Reprodução/Pedro Devani/Secom

A recomendação inclui medidas como:

  • Realização de uma pré-consulta para que cada comunidade defina como prefere ser consultada;

  • Consultas específicas e formais que respeitem as culturas locais;

  • Participação da Funai e de assessores técnicos independentes, se solicitado pelas comunidades;

  • Cobertura de despesas com transporte, alimentação e reuniões internas;

  • Criação de um canal de comunicação exclusivo para dúvidas e denúncias;

  • Disponibilização ível das atas, gravações de áudio e vídeo das consultas;

  • Desconsideração das consultas públicas regionais feitas pelo Fórum Participativo Estadual sobre Repartição de Benefícios do SISA, que não atenderam aos critérios legais.

O governo tem 10 dias para responder se seguirá a recomendação. Caso contrário, MPF e MPAC poderão tomar medidas judiciais.

O Programa ISA Carbono faz parte do REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), mecanismo internacional voltado à redução de gases do efeito estufa e à geração de benefícios sociais e ambientais.

MPF e MPAC apontam que as consultas já realizadas pelo governo do Acre não seguiram os critérios exigidos, comprometendo a transparência do processo e os direitos das comunidades. Por isso, recomendam novas consultas formais.

As informações são da assessoria de comunicação MPF/AC

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