Colegas se despedem do médico Carlos Ferreira, ressaltando seu pioneirismo na cardiologia no Acre

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Sepultado nesta manhã de terça-feira (15) no cemitério simples e acanhado de Xapuri, sua terra natal – no mesmo cemitério onde também repousam os restos mortais de outro grande acreano, o sindicalista Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes – o médico Carlos Augusto Ferreira, que faleceu aos 79 anos na segunda (14), no Hospital do Rim, em Rio Branco, após lutar contra um câncer, vai fazer muita falta ao sistema médico local. A falta será, principalmente, na área na qual ele era um dos grandes especialistas, a cardiologia, à qual se dedicava fazia mais de 50 anos.

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Esta é a opinião da presidente do Conselho Regional do Acre (CRM-AC), Leuda Maria da Silva Dávalos. Segundo ela, com a morte de Carlos Ferreira a medicina perde um de seus grandes nomes.

“O Dr. Carlos Ferreira foi um dos primeiros cardiologistas do nosso Estado. Com mais de 50 anos de atuação no Acre, era inscrito no CRM-AC desde fevereiro de 1973, ele deixa um legado de compromisso com o cuidado ao próximo, ética e dedicação à profissão médica”, disse a presidente do CRM-AC.

“Para nós, do Conselho Regional de Medicina do Acre, a partida do Dr. Carlos Ferreira representa não apenas a perda de um profissional experiente, mas de um exemplo de médico que honrou a missão de salvar vidas com sensibilidade, conhecimento e humanidade. Seu legado permanecerá vivo na história da medicina do Acre”, acrescentou.

Outro colega de Carlos Ferreira, José Ribamar Costa, especialista em ginecologia, disse que Carlos Ferreira foi um dos pioneiros da cardiologia no Acre e, mesmo numa época em que não havia a tecnologia atual, “ele sempre fez o que pôde, deu o melhor de si por seus pacientes”.

“Além de grande profissional, era um grande amigo, um profissional comprometido com sua classe, que ajudou na fundação da Unimed, na formação do sindicato da categoria e em todas as áreas em que era chamado, estava sempre pronto. O que mais me chamava atenção no profissional que ele era, era que seus diagnósticos dados no Acre eram sempre confirmados por especialistas dos grandes centros médicos, aos quais seus pacientes recorriam fora do Acre. Um profissional que fará muita falta”, lamentou Ribamar.

A médica Célia Rocha, especialista em pneumologia, também falou com tristeza sobre a morte do amigo, com o qual, ela revelou, costumava inclusive tocar violão e cantar.
“Ele adorava a Música Popular Brasileira”, lembrou a amiga.

“O Carlos era um colega muito bem-quisto por todos. Amigo, culto, amante da boa música, poeta, compositor e tinha como sua música preferida ‘O Bêbado e a Equilibrista’”, disse Célia Rocha.

“Mas era sobretudo um excelente profissional, sério, ético, enfim, um acreano e xapuriense de boa cepa. No futuro nos reencontraremos na Pátria Espiritual”, acrescentou.

Outro médico de muitos anos de atuação no Acre, Labib Murad, que foi inclusive vice-governador do Estado, de 1994 a 1998 (governo Orleir Cameli), também falou sobre a perda do amigo e colega.

“O Carlos Ferreira foi um exemplo de profissional com quem eu tive a honra de trabalhar por muitos anos. Foi o pioneiro na cardiologia no Acre. Em Rio Branco foi o primeiro cardiologista praticamente a exercer essa especialidade com muita eficiência, com uma conduta ilibada e que serve de exemplo pra muitos médicos mais novos”, disse Murad.

“Eu só tenho a elogiar a conduta e a competência do Carlos Ferreira e agradeço a ele por ter feito pela cardiologia aqui em Rio Branco tudo que fez e a população daqui fica muito agradecida a ele pelo pioneirismo e pela capacidade de seu comportamento, de sua eficiência profissional”, acrescentou.