Se o Acre fosse uma pessoa, seria aquele amigo tranquilo que, de repente, solta: “Ah, esqueci de contar… Tenho 16,4 milhões de hectares de terras, sendo 85% mata nativa intocada”. Pois é, o estado não só é um dos mais preservados do Brasil e talvez do mundo, como pode muito bem concorrer ao título de “Pulmão do Mundo com Wi-Fi”. Mas, calma, o potencial do Acre vai muito além das árvores.
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Agora, vamos falar de números que fazem qualquer agricultor arregalar os olhos. Em áreas abertas, temos 2,4 milhões de hectares – pastagens, campos e afins. E sabe o que está plantado hoje? Apenas 100 mil hectares. O resultado disso é um valor bruto de produção agrícola de 1 bilhão de reais. Agora, segure o chapéu: se o Acre decidir otimizar sua pecuária (que ainda é extrativista) e investir em 400 mil hectares de novas culturas, como soja, milho, cana-de-açúcar, entre outros, o estado pode saltar para impressionantes 10 bilhões de reais. Sim, 10 bilhões! Isso é dinheiro suficiente para transformar o Acre no protagonista e deixar até os texanos com inveja. E isso, sem derrubar nada. Amplamente sustentável.
Mas, como diria o velho ditado, “não se faz omelete sem quebrar ovos”. Para alcançar esse futuro digno de romance texano, é preciso união, visão de longo prazo e – pelo amor do seringueiro! – apostar no cooperativismo sério. Nada de cair no clichê… no aparelhamento e de promessas vazias. A ideia aqui é plantar de verdade e colher resultados.
A terra está pronta, o dinheiro está praticamente gritando “vem me buscar!”, e o futuro está batendo à porta com um sorriso largo. Então, produtores rurais do Acre, é hora de colocar as botas, ajeitar o chapéu e transformar esse potencial em realidade. Porque, sejamos honestos, o Acre já é incrível – agora só falta ser bilionário.
* Thiago de Almeida é economista, pós-graduado em Agronegócio e ESG (Environmental, Social, and Governance).
