O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, no dia 11 de março, pela anulação da condenação do juiz Hedy Carlos Soares, aposentado compulsoriamente sob acusação de envolvimento em uma série de crimes, incluindo venda de sentenças, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e extorsão.
A decisão do STJ se baseou na alegação de que o colegiado que o condenou não possuía o quórum necessário, determinando que ele seja julgado novamente.
As investigações revelaram que Hedy Carlos utilizava um esquema de compra e venda de gado no estado do Acre e em Rondônia, por meio de laranjas, como Wevergton Alves da Silva.

O juiz teria utilizado contas laranjas para recebimento de dinheiro/ Foto: Reprodução
Além disso, o magistrado teria beneficiado grileiros e latifundiários, permitindo, por exemplo, que Erivan da Silva Teixeira permanecesse em terras dentro do Parque Estadual de Guajará Mirim, contrariando pareceres ambientais.
Em uma das movimentações financeiras analisadas, Wevergton declarou um rendimento de pouco mais de mil reais em 2021, no entanto, chegou a realizar transações que ultraaram R$ 600 mil no mesmo período, parte desse montante vinculado ao juiz.
Segundo o processo, o esquema também envolvia intimidação de ex-parceiros. Entre maio e junho de 2022, Hedy Carlos teria usado dois policiais civis de São Paulo, Edson Navarro Miranda e Claudinei Aparecido Ribeiro, para obrigar Sergio Santos Beraldo e Andreia de Lima Sinotti a em procurações transferindo veículos e uma fazenda para seu nome. Andreia, sob ameaça, procurou a Polícia Civil e denunciou a extorsão. A partir daí, a rede de crimes do magistrado começou a ser desvendada.
Outra ação irregular do juiz teria ocorrido na liberação de um caminhão carregado com gado que foi retido pela Secretaria Estadual de Finanças (Sefin) em Vilhena, divisa entre Rondônia e Mato Grosso. O veículo foi parado por não ter recolhido o ICMS devido, no entanto, Hedy Carlos teria autorizado a liberação alegando que a remessa era entre propriedades de um mesmo contribuinte, Marcos da Cunha Coelho.
O Ministério Público e a Justiça contestaram a decisão, apontando indícios de favorecimento. Agora com a anulação da condenação pelo STJ, o juiz aguarda um novo julgamento.
Com informações do site A Nova Democracia