A CBF divulgou em nota, na noite desta segunda-feira, que pediu ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) punição ao Inter caso seja confirmado suposto ato racista durante o empate em 2 a 2 entre a equipe gaúcha e o Sport, pelo Brasileirão Feminino, em Porto Alegre, à tarde.
O duelo válido pela terceira rodada já estava no fim quando o pedaço de uma banana foi arremessado da arquibancada do Sesc Campestre, na zona leste da cidade, ao banco de reservas do Leão. O episódio foi registrado pelas câmeras da TV Brasil.
O Sport condenou a atitude em suas redes sociais (leia a íntegra abaixo) e registrou Boletim de Ocorrência na Polícia Civil. O caso ficará a cargo da Delegacia da Intolerância da capital gaúcha. O Inter afirma que já realizou a identificação do responsável e tomará as medidas cabíveis, além de demonstrar solidariedade ao time adversário (leia a nota abaixo).
Nas imagens da emissora, é possível ver a quarta árbitra Andressa Hartmann recolhendo o pedaço de banana para registrar o caso em súmula. Ela foi até o local após muita reclamação das jogadoras do banco do Sport.
No texto, a CBF afirma ter enviado à Procuradoria do STJD “toda a documentação cobrando apuração rigorosa dos fatos”. Pediu ainda “punição preventiva” ao Colorado para que “cumpra três partidas de portões fechados fora da capital gaúcha” até o julgamento do fato.
– Vamos cobrar uma apuração rigorosa. Não existe mais espaço para racistas no futebol – afirma o presidente da CBF Ednaldo Rodrigues no comunicado.
Confira a íntegra da nota da CBF
“Logo após tomar conhecimento do suposto ato racista sofrido pelas atletas do Sport na partida contra Internacional, realizada nesta segunda-feira (31), pelo Campeonato Brasileiro Feminino A-1, em Porto Alegre, a CBF informa que enviou de imediato toda a documentação à Procuradoria-Geral do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) cobrando apuração rigorosa dos fatos.
A entidade pediu também punição preventiva ao clube gaúcho, caso seja confirmado a agressão racista. No pedido de abertura do inquérito, a CBF requereu que o Internacional cumpra três partidas de portões fechados fora da capital gaúcha até o julgamento da questão.
O episódio foi registrado pelas câmeras da TV Brasil. Nas imagens da emissora, é possível ver a quarta árbitra Andressa Hartmann recolhendo o pedaço de banana para registrar o caso em súmula após a reclamação das atletas do Sport.
“Vamos cobrar uma apuração rigorosa. Não existe mais espaço para racistas no futebol”, afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
A CBF condena veementemente qualquer tipo de ação discriminatória no futebol e não tolera casos de racismo no esporte.
O combate ao racismo é uma das prioridades da CBF, a primeira confederação a implementar punição desportiva em seu Regulamento Geral de Competições para casos de preconceito.”
Confira a íntegra da nota do Inter
“O Sport Club Internacional informa que, diante da gravidade dos fatos ocorridos na tarde desta segunda-feira (31/03), durante o jogo contra o Sport, pelo Brasileirão Feminino, conduziu uma apuração rigorosa que levou à identificação da pessoa envolvida e está tomando todas as medidas cabíveis. O Clube do Povo solicitou, com urgência, as imagens ao local da partida para encaminhá-las aos órgãos competentes, a fim de contribuir com a apuração.
A Instituição reitera seu repúdio veemente a qualquer ato discriminatório e reafirma seu compromisso inegociável na luta contra todas as formas de preconceito, mantendo-se firme na promoção de um ambiente de respeito e igualdade dentro e fora de campo.
O Sport Club Internacional se solidariza com a equipe do Sport Recife, colocando-se ao seu lado na busca pela apuração dos fatos e no combate à discriminação. O futebol deve ser um exemplo de inclusão e respeito, dentro e fora das quatro linhas.”
Confira a íntegra da nota do Sport
“O Sport Club do Recife vem a público repudiar, veementemente, a atitude covarde e racista de um torcedor do Sport Club Internacional, que arremessou uma banana em direção ao banco de reservas rubro-negro durante a partida do Campeonato Brasileiro Feminino, nesta segunda-feira (31), em Porto Alegre.
Esse ato repugnante é uma clara manifestação de racismo e intolerância, e não pode ficar impune. O Sport Club do Recife não tolera qualquer forma de discriminação ou preconceito e exige a punição exemplar do responsável.
Imediatamente após o lamentável episódio, o diretor de futebol feminino do Clube, Alessandro Rodrigues, dirigiu-se a delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência e aguarda os desdobramentos do caso, incluindo a responsabilização do envolvido.
É inaceitável que, em pleno 2025, ainda sejamos confrontados com episódios como esse. O futebol deve ser um espaço de respeito, inclusão e diversidade — nunca de ódio e intolerância.
O Sport Club do Recife prestará total apoio às jogadoras e à comissão técnica que foram alvo desse ato racista e reafirma seu compromisso inabalável na luta contra qualquer forma de discriminação.”