Acreano que é dono de bar LGBTQIA+ em JP é acusado de explorar trabalhadores sem carteira assinada

O Recanto Jampa foi inaugurado em 2023 com a ideia de atender, preferencialmente, o público LGBTQIAPN+

O advogado e empresário acreano Gabriel Santos, dono do bar Recanto Jampa, localizado em João Pessoa, na Paraíba, está sendo acusado de diversas práticas ilegais por prestadores de serviço que atuavam no empreendimento.

Além do Recanto Jampa, Gabriel Santos é proprietário do Tonheiros, tradicional bar no bairro Tucumã, em Rio Branco/Reprodução

Entre as situações enviadas em forma de denúncia ao ContilNet e publicadas na rede social X, estão jornada excessiva de trabalho por um preço baixo, exploração de mão de obra e a não da carteira de trabalho.

“O dono de lá […] explorou todos nós na inauguração, e trabalhei durante meses sem carteira assinada. Ele pagava R$ 80 reais por noite e dava 10 minutos de intervalo. Não tinha água no bar e, muitas vezes, a louça ficava suja para o outro dia”, disse um internauta no X.

Recanto Jampa foi inaugurado em 2023, na cidade de João Pessoa/Foto: ContilNet

Outro internauta afirmou que o “lugar explora trabalhador com bandeira colorida” [referindo-se à população LGBTQIAPN+]: “A placa: aqui exploramos LGBTs 🥹🏳️‍🌈”.

Uma pessoa que já foi cliente do bar aproveitou a postagem para dizer que o local não tem estrutura adequada e que “atendentes parecem que tiveram as almas sugadas”.

“Falta de estrutura na ‘baladinha’, calor infernal, os banheiros de cima podres e um preço faturado nas bebidas, fora que os coitados dos atendentes parecem que tiveram as almas sugadas. Fora uns sem noção fumando no meio da balada. A decadência veio”, destacou.

Em outra postagem, uma pessoa afirmou que, no Carnaval, os colaboradores chegaram a cumprir 14 horas seguidas de trabalho:

“Tirando as partes que no Carnaval garçons entraram 14h e saíram quase 4h para ganhar, no final, 80 reais e escutar que ele vai compensar com um brinde: um dia de folga. KAKAKAKAKAKAKAKAKAKA nojento”.

“[…] Na verdade, nunca pensaram nos trabalhadores do local. O foco era só explorar quem estava precisando muito e, com a propaganda enganosa de um lugar legal e receptivo para trabalhar, perderam muita credibilidade, porque quem tava ali dentro sabia da fachada”, disse outro.

Gabriel Santos, dono do bar Recanto Jampa, localizado em João Pessoa/Foto: Redes sociais

O Recanto Jampa foi inaugurado em 2023 com a ideia de atender, preferencialmente, o público LGBTQIAPN+. A proposta nasceu em Rio Branco, onde o empresário tinha um bar com o mesmo nome, fechado no ano em que o empreendimento surgiu na Paraíba.

Na capital acreana, Gabriel ainda é proprietário de um dos bares mais tradicionais, o Tonheiros, no bairro Tucumã. Uma pessoa que também teria prestado serviço para ele disse que algo parecido aconteceu no bar da capital do Acre.

Gabriel Santos também é dono do Tonheiros/Foto: Redes sociais

“Trabalhei no Tonheiros, sempre estava à disposição para ganhar quase nada, era exploração direta. Sinceramente, para ganhar um nada. O Gabriel simplesmente só parou de me chamar e eu fiquei de canto só porque faltei um dia”, escreveu.

Com a palavra, Gabriel Santos

O ContilNet procurou Gabriel para dar sua versão a respeito das acusações. Veja o que disse o acreano, em nota:

“Vimos a postagem de um perfil anônimo relatando algumas críticas ao Recanto, mas por ser de um perfil sem identificação, ficamos sem como nos defender.

 

O Recanto tem 20 funcionários com carteira assinada, que recebem por hora trabalhada (as 8 horas permitidas pela CLT, com 1 hora de intervalo).

 

Eventualmente, quando precisamos de apoio extra por conta do movimento, contratamos algum diarista freelancer para prestar apoio, ganhando entre 80 a 100 reais, com qualquer outra empresa do setor faz.

 

Muito embora o trabalho num bar seja de fato cansativo e estressante, isso é feito sem atraso de salários, com pagamentos de horas extras e todas as verbas trabalhistas. Não descumprimos com nossas obrigações legais.

 

As acusações são muito sérias e vamos investigar se houve criação de fakes com o intuito de difamar nossa empresa”.

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