4 de junho de 2025

Sindicato se manifesta sobre investigações contra Marcos Frank: ‘Se fosse policial, estaria exonerado’

A categoria também critica o Governo por não nomear um policial penal para o cargo

O Sindicato dos Policiais Penais do Acre (Sindpol-AC) se manifestou publicamente, nesta quarta-feira (19), sobre as últimas acusações contra o presidente do Instituto de istração Penitenciária do Acre (Iapen/AC), delegado Marcos Frank, investigado por atirar em um carro estacionado em uma das ruas do Residencial Bom Sucesso, em Rio Branco, em fevereiro do ano ado.

Marcos Frank é delegado e presidente do Iapen. Foto: arquivo pessoal

Frank, inclusive, já foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPAC) em outubro de 2024.

No cabeçalho da nota de repúdio, o sindicato afirma: “Se fosse um Policial Penal, já estaria exonerado do cargo da Presidência da Autarquia”. A categoria também critica o Governo por não nomear um policial penal para o cargo.

“O Sindicato dos Policiais Penais do Acre resolve manifestar-se a respeito do caso envolvendo o presidente do Instituto de istração Penitenciária do Acre (Iapen/AC), conforme o presidente do sindicato, Classe Especial Leandro Rocha. Sem entrar no mérito da denúncia do Ministério Público do Acre (MPAC) nem na pessoa do atual presidente do Iapen-AC, vem a público manifestar-se, indagando que, primeiro: o Governo substituiu um Policial Penal da presidência do Iapen e não nomeou outro Policial Penal. Segundo: há uma demora gigantesca para a criação da Direção-Geral de Polícia Penal, e não sabemos a quem interessa a não criação da D.G.P.P., causando um grande desconforto para a categoria de Policiais Penais. E, em observância aos fatos elencados nos últimos dias, afirma: ‘Se fosse um Policial Penal, já estaria exonerado do cargo da Presidência da Autarquia'”, diz a nota.

VEJA NOTA NA ÍNTEGRA:

Entenda as acusações contra Frank

De acordo com o inquérito confeccionado pela corregedoria geral de Polícia Civil do Acre, uma empresária proprietária de uma empresa de móveis planejados estacionou seu veículo numa rua do loteamento Bom Sucesso, na região da baixada, para acompanhar a instalação de um serviço, quando por volta das 18h, ouviu disparos de arma de fogo em via pública. Momentos depois, os ocupantes da casa e a empresária foram à rua e viram que os tiros foram direcionados à porta de seu carro.

VEJA MAIS: Presidente do Iapen é denunciado pelo MPAC por disparos de arma de fogo em via pública

A mulher é ex-companheira de um policial militar aposentado e, ao buscar informações no bairro, ouviu de testemunhas que o autor dos disparos era um delegado da Polícia Civil.

Policiais militares teriam ajudado a vítima a identificar o suposto autor dos disparos. Ainda segundo o relato da vítima, um dos militares chegou a conversar com o delegado e rear o orçamento do reparo do carro.

O que diz o presidente?

O presidente do Iapen-AC afirmou que há dois suspeitos do crime que ainda não foram ouvidos. Ele negou ter feito os disparos. “O que posso dizer é que entreguei minha arma e foi feito o exame de comparação. A balística deu negativo”, resumiu.

O caso foi denunciado na Corregedoria da Polícia Civil pela vítima em março de 2024. Em abril do mesmo ano, o presidente do Iapen-AC foi ouvido pelo corregedor Thiago Fernandes. Na época, Marcos Frank era diretor operacional da Sejusp.

O MP-AC denunciou Frank em outubro do ano ado por disparar em via pública. Na mesma época, o MP-AC pediu à Justiça que fosse cumprido um mandado de busca e apreensão na casa do delegado para apreensão de uma pistola calibre 9 milímetros, semelhante ao armamento usado nos disparos.

“Acionou a Polícia Militar e, estes compareceram no local do fato, procedendo com diligências para captura de imagens junto a vizinhança, circunstância em que foi possível visualizar que os disparos que atingiram seu veículo foram efetuados pelo motorista de uma caminhonete branca. Os disparos aparentam ter sido efetuados por um atirador profissional, visto foram muito precisos e agrupados. Ficou em estado de pânico, que em razão dos disparos o veículo ficou com diversas avarias, contabilizando um prejuízo aproximado de R$ 14 mil”, diz o processo.

O armamento foi entregue pelo investigado à época. A denúncia do MP-AC foi aceita pelo juiz Cloves Augusto Alves Cabral Ferreira no final de outubro do ano ado.

O caso tramita na 3ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco. A Justiça começou a intimar testemunhas e demais envolvidos para a audiência de instrução e julgamento.

Gladson diz que presidente poderá se defender

O governador do Acre, Gladson Cameli, comentou sobre a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) contra o presidente do Instituto de istração Penitenciária (Iapen), Marcos Frank, por disparos de arma de fogo em via pública.

Após a repercussão do caso, Gladson Cameli defendeu a necessidade de transparência e respeito às investigações dos órgãos competentes, mas ressaltou que Frank terá direito à defesa.

“O que não pode é que quem vá assumir qualquer pasta, de uma forma ou de outra, a gente criar pontos de interrogação. Aquilo que é dúvida, ele vai ter um momento para se defender. E aquilo que tiver a sua defesa, se ele provar o contrário, não tem porque sair. Ele vai ter a oportunidade de se defender, e é isso. Os órgãos de fiscalização estão aí para cumprir as suas obrigações, mas nós temos que, cada vez mais, ter transparência, responder os órgãos de controle do que precisa e, ao mesmo tempo, avançar no que tem que avançar”, afirmou o governador.

Além do caso recente, o MPAC ressaltou que Marcos Frank já é reincidente em situação semelhante. Em um caso anterior, ocorrido em Sena Madureira, ele teria disparado em via pública, no entanto, a situação não chegou a um processo judicial, já que ele conseguiu firmar um Acordo de Não Persecução Penal.

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