Um avião da Azul precisou abortar uma decolagem em cima da hora após problemas na medição de velocidade e altitude na noite da última terça-feira (11/2), no aeroporto de Viracopos, em Campinas, região metropolitana de São Paulo.
Um dos ageiros, Heitor Spirandelli, contou ao Metrópoles que o piloto iniciou o procedimento de decolagem e quando já estava bem rápido começou a frear “como se estivesse uma criança atravessando a pista”.
“Foi uma quatro cinco bombadas no freio. O avião fez aquele barulhão”.
Heitor contou que após o ocorrido o comandante manobrou a aeronave para fora da pista do aeroporto e informou a entrada de alguns paramédicos, já que, segundo o depoimento, o susto da situação fez uma senhora ar mal.
Posteriormente, uma equipe de técnicos foi acionada e adentrou a cabine de comando da aeronave. Após o diagnóstico dos profissionais, o piloto informou os ageiros que se tratava de uma falha no aparelho que indicava a altitude e a velocidade da aeronave.
Após cerca de uma hora, o problema foi resolvido e o voo seguiu para o seu destino final, no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
“Ele [piloto] estava cumprindo com os trâmites burocráticos de informação à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre o erro no sistema, mas que o equipamento já tinha voltado a funcionar e que tinha recebido autorização para seguir. Ele falou que ia fazer de tudo para minimizar o atraso”.
O atraso foi inevitável, mas segundo o depoimento de Heitor, os ageiros receberam cerveja de graça.
Susto e nervosismo
- A testemunha conta que em seus 42 anos de vida nunca havia ado por uma situação parecida: “conheço mais de 40 países, mas assim na decolagem, eu nunca tinha ado por esse perrengue”.
- Heitor afirmou que ficou apavorado com as freadas, mas lembrou da recente fala da comissária de bordo para ficar em posição de emergência, abaixado e com a testa no joelho.
- “Eu achei em princípio que tivesse alguma coisa para se chocar com a gente”, revelou.
- A testemunha, que ia para uma viagem de trabalho no Rio de Janeiro, ainda completou dizendo que pensou que fosse morrer em um determinado momento: “Com as recentes notícias, eu falei ‘pronto, chegou a minha vez, eu vou morrer aqui’”.
- O nervosismo não foi exclusividade de Heitor. Segundo ele, o sentimento tomou conta dos ageiros da aeronave que, aos choros, começaram a gritar e “pedir para Deus”.
Em nota, a istração do aeroporto de Viracopos afirmou que não comenta sobre ocorrências envolvendo aeronaves, mas afirmou que o local funcionou normalmente no momento do ocorrido.
Já a companhia aérea da Azul também foi questionada e alegou não ter registros de qualquer ocorrência e que o voo teria saído no horário planejado.